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Endiama move ação judicial contra Alfa 5 em meio a denúncias de má Gestão e conflitos internos

 A Endiama E.P., empresa pública responsável pela prospeção e comercialização de diamantes em Angola, entrou com uma ação judicial no passado dia 20 de agosto contra a empresa de segurança Alfa 5, na qual detém 30% do capital social. O processo, que está a decorrer na Sala do Comércio do Tribunal da Comarca de Luanda, levanta suspeitas de que a justiça esteja a ser usada como ferramenta para encobrir interesses obscuros de alguns altos funcionários da Endiama.

De acordo com fontes ligadas ao caso, a rapidez incomum com que o processo tem avançado chama a atenção. A ação deu entrada no tribunal no mesmo dia em que foi emitido o número do processo, e em menos de sete dias, a Alfa 5 foi notificada e já contestou a ação. Este ritmo acelerado levantou suspeitas de que o objetivo seria impedir que os acionistas, muitos deles antigos combatentes e veteranos da pátria, tenham tempo de se opor nos termos da lei.

Fontes internas sugerem que existe um esquema em andamento para prejudicar a Alfa 5 em benefício de outra empresa ligada a funcionários da Endiama. As alegações indicam que práticas ilegais e irregulares podem estar a ser fabricadas para afundar a Alfa 5 e permitir que interesses privados se sobreponham aos dos acionistas, que se sentem marginalizados.

Os acionistas da Alfa 5, que não recebem relatórios de contas há mais de 15 anos, acusam a Endiama de adotar uma gestão hostil e prejudicial, mantendo-os afastados das decisões empresariais e sem realizar as assembleias gerais obrigatórias. Essa falta de transparência estaria a culminar numa tentativa de usar o sistema judicial para evitar que a Endiama seja obrigada a prestar contas numa assembleia marcada para o dia 1 de outubro.

Além dos conflitos internos entre a Endiama e os acionistas, a Alfa 5 também enfrenta um cenário de turbulência entre os seus trabalhadores. Denúncias recentes indicam uma série de abusos laborais, incluindo más condições de trabalho, falta de equipamentos adequados e ausência de diálogo por parte da administração. Trabalhadores relatam que estão sem uniformes completos, que os veículos não têm baterias e que falta dinheiro para combustível.

A administração da Alfa 5, segundo os trabalhadores, é liderada por uma pessoa sem experiência no setor de segurança, o que tem contribuído para o caos na empresa. Embora a Alfa 5 tenha contratos importantes com empresas como a Catoca, uma das maiores minas de diamantes do mundo, os funcionários afirmam que a falta de recursos para atender às necessidades básicas é inaceitável.

Diante deste cenário, os trabalhadores da Alfa 5 organizaram-se em maio deste ano, realizando uma assembleia em Luanda para discutir suas reivindicações e planejar protestos. Entidades como a UNTA e o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) foram notificadas, mas a solução parece distante.

Com a Endiama no centro de uma gestão considerada negligente, os acionistas e trabalhadores da Alfa 5 esperam que as autoridades tomem medidas urgentes para garantir o cumprimento das leis e proteger os direitos dos envolvidos. A situação exige uma resposta rápida para evitar um agravamento do conflito, que pode prejudicar ainda mais a imagem do Estado angolano e do setor de segurança privada no país, especialmente num momento de desafios económicos.

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