A Comunidade Angolana residente no norte de Portugal expressou recentemente sua profunda insatisfação com a gestão do Consulado Geral de Angola no Porto, sob a liderança da Cônsul Geral Dulce Gomes. Em uma denúncia pública endereçada ao Presidente da República, João Lourenço, e ao Ministro das Relações Exteriores, Tetê António, os cidadãos angolanos relatam graves violações de normas consulares e um ambiente de atendimento considerado desrespeitoso e desumano.
Os denunciantes apontam que o Consulado Geral do Porto, outrora referência de excelência entre os consulados angolanos na Europa, tornou-se, nas palavras da comunidade, o "pior consulado" sob a atual direção. Entre as principais queixas, destaca-se o atendimento de cidadãos na rua, independentemente das condições climáticas. Relatos apontam que crianças, idosos e outras pessoas vulneráveis são obrigadas a esperar ao ar livre, muitas vezes sob sol intenso, para resolver questões consulares.
Outro ponto de destaque na denúncia é a imposição de novas regras consideradas arbitrárias, incluindo a proibição de entrada nas instalações consulares com telemóveis, uma medida que, segundo os membros da comunidade, não encontra paralelo em outras instituições públicas de Angola ou Portugal.
Além disso, a comunidade critica a ineficiência decorrente da introdução do sistema de agendamento online para atendimentos consulares, que, segundo os denunciantes, não faz sentido dado o fluxo reduzido de utentes em comparação ao Consulado de Lisboa. Cidadãos relatam dificuldades extremas para agendar atendimentos, com datas disponíveis apenas para os meses de novembro e dezembro. Tal situação, conforme a denúncia, tem prejudicado gravemente a vida de muitos angolanos, sobretudo estudantes que precisam regularizar a sua documentação.
As críticas à gestão de Dulce Gomes estendem-se também ao ambiente interno de trabalho no consulado, descrito como pesado e desmotivador. A Cônsul é acusada de tratar de forma desrespeitosa diplomatas e funcionários locais, além de promover uma cultura de prepotência e arrogância. A denúncia também menciona supostas irregularidades administrativas, incluindo o uso de recursos consulares para fins pessoais, como a organização de uma festa de aniversário para o genro da Cônsul e a utilização de um carro protocolar pelo mesmo.
Diante das denúncias, a comunidade angolana residente no Porto apela ao Presidente João Lourenço e ao Ministro Tetê António para que intervenham urgentemente. Entre as solicitações está o envio de uma comissão de inspeção ao consulado para auditar os atos administrativos e financeiros, com o objetivo de restaurar a dignidade e o respeito na instituição.
A comunidade conclui o apelo pedindo a substituição da atual Cônsul por uma
pessoa que esteja comprometida com os direitos dos cidadãos, as normas
diplomáticas e a boa gestão consular.
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