Membros da comunidade angolana em Portugal expressaram preocupação com os gastos elevados da cônsul geral de Angola em Lisboa, Vicência Ferreira Morais de Brito, que tem optado por residir num hotel de luxo na zona do Oriente, apesar de o Estado angolano possuir uma residência oficial no Restelo que poderia acomodá-la.
Desde 2020 em missão de trabalho em Lisboa, Vicência Ferreira Morais de
Brito está atualmente hospedada no Martinhal, um apart-hotel de cinco estrelas
localizado na Praça Príncipe Perfeito, uma área de elite na capital portuguesa.
De acordo com uma investigação realizada pelo Club-K, os preços no Martinhal
variam significativamente: um apartamento de um quarto custa 5.820 euros por
mês, um T2 custa 7.570 euros, e um T3 tem o preço de 9.840 euros mensais.
Considerando que a diplomata vive com uma filha Yara Carvalho, já casada,
presume-se que ela esteja ocupando um T2 ou T3, o que significa que o Estado
angolano estaria gastando anualmente entre 74 mil e 118 mil euros apenas com a
acomodação da família da cônsul em Lisboa.
Porém, fontes diplomáticas disseram que o Estado angolano paga cerca de 8
mil dólares mensais pela hospedagem da mesma, que, além da acomodação, inclui
os custos de alimentação (pequeno-almoço).
No próximo mês de setembro, Vicência Ferreira Morais de Brito completará um
ano desde que se mudou para o Martinhal. Antes, ela estava hospedada no Hotel
Corinthia, outro hotel de luxo.
A principal preocupação da comunidade angolana é que o Estado angolano já
dispõe de uma residência oficial para os cônsules, localizada na Avenida das
Descobertas, número 13, na zona do Restelo. Este facto levanta questões sobre a
justificativa para os gastos elevados com hospedagem.
Em 2019, durante o mandato do anterior cônsul, Narciso Espírito Santos, a
residência no Restelo foi alvo de obras de reparação. No consulado de Vicência,
também foram realizadas obras de construção pela empresa Sergio Construções,
mas, mesmo assim, ela não reside na referida residência.
Além disso, há preocupações sobre a pontualidade da cônsul. A reportagem do
Club-K observou, em duas ocasiões, que a cônsul nunca sai do hotel Martinhal
antes das 9h para ir trabalhar, apesar de o consulado abrir às 09h30. Na
segunda-feira, 5 de agosto, por exemplo, a cônsul deixou o hotel às 13h14, (na
sua viatura 007 - CC 451) e no dia seguinte, às 11h44, o que pode indicar
problemas com o cumprimento do horário de trabalho.
0 Comentários