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Jornalistas africanos exaltam visão da Cimeira China-África

 O acordo sobre a implementação, nos próximos três anos, dos dez pontos da parceria China - África e o anúncio do Governo chinês da disponibilização de um apoio financeiro aos países africanos no valor de 360 mil milhões de yuan (cerca de 51 mil milhões de dólares) são referenciados pelos jornalistas africanos, ainda presentes em Beijing, como sendo os aspectos relevantes das conclusões do 9.º Fórum de Cooperação sino-africana (FOCAC), realizado de 4 a 6 deste mês na capital asiática.

Para os 40 profissionais da comunicação social africana, em representação de 34 países, incluindo Angola, a convite do Centro de Imprensa Internacional da China (CIPCC), a parceria sino-africana saiu muito mais reforçada da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo do FOCAC, devendo o continente retirar o maior proveito da relação de cooperação estabelecida.

Em declarações imprensa Patrick Brian, editor-chefe do Lepotentiel da República Centro Africana (RCA), destacou os dez pontos do acordo de parceria proposto pela China, nos domínios da Saúde e Agricultura, aceites pelos líderes africanos.

"Sabemos qual é a realidade africana. A questão da saúde é muito importante. Precisamos muito da ajuda da China para combater as doenças que afligem o continente. Mas não podemos esquecer, também, a questão da agricultura, pois a fome e a pobreza ainda são característicos das nações africanas”, disse.

O jornalista centro-africano acredita, ainda, que os próximos três anos serão melhores para os países do continente se, de facto, tudo quanto foi acordado pelos líderes, durante o FOCAC, ser levado em consideração ou implementado na prática.

"Espero que eles (os Chefes de Estado) levem muito a sério o que dizem. Que não haja mais pobreza em África e que possamos viver em paz, como outras nações no mundo”, acrescentou.

A questão da segurança comum, o décimo ponto do acordo, segundo o editor-chefe do Brown Land Newspaper do Sudão, Mohamed Saad, é fundamental para o continente africano, justificando a instabilidade que se vive em algumas regiões de África.

"Se a China e outros Estados no mundo poderem nos livrar dos focos de guerra e conflitos, estaremos melhor, porque nenhum país pode continuar a viver sob constantes violações dos Direitos Humanos”, referiu, lamentando o facto de, a  nível do seu país, enfrentar, ainda, cenários de alguma instabilidade.

"A paz é o bem mais precioso e devemos lutar por ela. Os líderes devem discutir isso mais vezes e com a maior persistência. As próximas gerações devem receber um mundo melhor, sem guerra e sofrimento”, disse.

O jornalista João Crisante de Pina, da Radiotelevisão de Cabo Verde, mostrou-se muito optimista em relação ao futuro. Confessou ter ficado muito mais satisfeito com as conclusões, sobretudo ao constatar que os Chefes de Estado e de Governo subscreveram dez pontos da parceria, que estabelece, entre outros, a "Cooperação de Desenvolvimento; Saúde; Agricultura e o Bem-Estar do Povo  e o Intercâmbio entre os Povos”.

Para o jovem repórter, de 27 anos, África precisa exactamente de "tudo isso e mais alguma coisa”. Ou seja: "precisamos que as nações mais ricas e desenvolvidas nos estendam as mãos e nos ajudem a despertar para o crescimento”, enfatizou.

João Crisante de Pina disse, também, ser importante que os líderes africanos saibam aplicar, da melhor forma, as verbas a serem disponibilizadas pela China, de modo a permitir o desenvolvimento e crescimento dos países e o bem-estar dos respectivos povos.

"É importante não perder de vista que o Presidente Xi Jinping fez referência à questão do desenvolvimento económico dos países como aspecto fundamental para a manutenção desta cooperação. A China quer ver resultados em África e isso dependerá muito das políticas dos Governos dos nossos países”, argumentou.

Marie Christine Ngongo, repórter do Cameroon Tribune, dos Camarões, sublinhou a questão da cooperação de cadeia produtiva, em virtude de acreditar que o défice dos países africanos prende-se com a incapacidade de produzirem para o consumo interno.

"A África deve deixar de viver da importação de produtos. Devemos ter a capacidade de produzir internamente, nos nossos próprios países”, referiu, para em seguida acrescentar que a presença da China será fundamental para os países africanos conquistarem a independência alimentar.

O potencial africano, de acordo com Théophile Niyitegeka, repórter do jornal IGIHE, do Rwanda, está no vasto recurso natural que ostenta, razão pela qual confessou não perceber a constante dependência do exterior.

"Falta alguma coisa aos nossos líderes”, disse, lacónico, assegurando haver condições que bastam para, no contexto interno, o continente trilhar o caminho do sucesso.

"Eventos como estes, realizados pela China, são muito importantes, porque ajudam a despertar políticas mais pragmáticas e consensos fundamentais para a construção de uma humanidade mais promissora e com menos sofrimento”, referiu.

Moussa Sayon Camara, repórter do L’ Independant do Mali, é de opinião que o Fórum China - África teve resultados satisfatórios, porque "trouxe ideias de consenso e visão pragmática em relação ao futuro da cooperação”.

O jornalista maliano aplaudiu, igualmente, a iniciativa da China em apoiar os países africanos com cerca de 51 mil milhões de dólares, sublinhando ser uma verba que vai ajudar o continente a implementar, nos próximos três anos, os programas constantes no acordo de parceria estabelecida com o Governo chinês.

"A África está a erguer-se dos escombros e, para tal, precisa muito deste apoio da China”, reforçou Moussa Sayon Camara.

No mesmo diapasão, alinha o repórter do Seneweb do Senegal, Awa Faye, acrescentando que é fundamental para os países africanos o apoio financeiro, já que muitas nações em África enfrentam muitos problemas, desde a alimentação à saúde.

"Temos de dar as mãos e caminhar ao lado da China, que é um parceiro muito valioso a respeitar. Temos constatado que tem muito a oferecer aos irmãos africanos e, por isso, estamos muito optimistas em relação ao futuro desta cooperação”, disse.

Os dez pontos do acordo de parceria China - África são "Aprendizagem Mútua entre Civilizações; Prosperidade Comercial; Cooperação de Cadeia Produtiva; Conectividade, Cooperação de Desenvolvimento; Saúde; Agricultura e o Bem-Estar do Povo; Intercâmbio entre os Povos; Desenvolvimento Verde e Segurança Comum”.

 República do Congo assume co-presidência do Fórum Beijing

A República do Congo assumiu a co-presidencia do Fórum de Cooperação China - África e, de acordo com o estadista congolês, Dennis Sassou Nguesso, a responsabilidade é imensa, porque "o FOCAC já se tornou uma plataforma de diálogo e cooperação, baseada na sua história de visão e valores, mas também de união entre os povos”.

A modernização, referiu o Presidente do Congo, é uma vontade unânime dos Estados, que assume a busca comum de prosperidade e de paz, com benefícios para as nações, fruto de acordos baseados na confiança mútua, respeito e solidariedade.

"Para alcançar esta meta, tivemos de consolidar resultados frutíferos já alcançados e novas oportunidades, oferecendo um futuro melhor para as gerações próximas. Vamos reforçar o conhecimento de África sobre a China e aprofundar, também, o conhecimento da China sobre a África”, disse.

Dennis Sassou Nguesso referiu, ainda, que o mundo enfrenta várias crises e ameaças à segurança sem precedentes, sugerindo ser importante, igualmente, resolver com urgência o problema das alterações climáticas.

"A África e a China devem dar as mãos para realizar o seu desenvolvimento conjunto nas áreas de energia, comunicação, mineração, agricultura, transportes, assim como os campos essenciais para promover a nossa cooperação”, destacou o estadista congolês, durante o Fórum de Cooperação sino-africano, realizado em Beijing.

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