O presidente da Fundação 27 de Maio, o General Silva Mateus, acusou o MPLA e a UNITA de quererem politizar a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de Conflitos Políticos “CIVICOP” agora abandonada pela UNITA.
A fundação
participa na comissão para defender os interesses dos familiares de vitimas da
repressão que se seguiu aos confrontos de 27 de Maio de 1977 quando milhares de
pessoas foram mortas e presas sem qualquer processo juridico, apos uma alegada
rebelião liderada por um antigo membro do MPLA Nito Alves
O general
disse que a atual crise no seio da CIVICOP se deveu a excessos da televisão
pública de Angola em questões relativas a abusos da UNITA durante a guerra.
“O que se
passa é que quando a subcomissão de localização e exumação das ossadas foi na
área da Jamba onde estão enterrados alguns elementos que foram mortos por
Savimbi, a Televisão Pública de Angola fez muito alarido a isto e chateou a
UNITA”, disse.
Mas Silva
Mateus, acusou os dois partidos, MPLA e UNITA de estarem a politizar a CIVICOP
afirmando que os desacordos seve a questões políticas que nada têm a ver com o
processo de reconciliação.
"Sguindo
o que estamos a fazer não há nada de política mas metendo MPLA e a UNITA já
entra a política e isto é que nós queremos destrinçar", disse afirmando
não opor-se à presença dos partidos mas não como tal e sim "como integrantes
da comissão”
Silva Mateus
aconselhou igualmente a UNITA a reintegrar a comissão
A UNITA
mantém no entanto a sua saída da CIVICOP que esteve reunida em Luanda embora o
Ministro da Justiça dos Direitos Humanos, Marcy Lopes tenha dito que a CIVICOP
não foi notificada oficialmente pela UNITA da sua saída.
“Não fomos
formalmente notificados desta retirada” disse.
A Comissão
analisou esta terça-feira o programa de ações a serem desenvolvidas ao longo
primeiro semestre deste ano, e informou, igualmente, que ao longo do ano
passado, novos corpos de vítimas de conflitos políticos foram encontrados.
Em resposta,
o partido UNITA, diz manter a decisão da sua retirada da Comissão.
Evaldo
Evangelista, Secretário da Comunicação e Marketing daquele partido, a UNITA
defende para Angola a criação de uma plataforma plural à semelhança da Comissão
da Verdade e Reconciliação na África do Sul, que teve como coordenador o Bispo
Desmond Tutu.
“A sociedade
angolana deve debater a sua história e o seu passado, com verdade e com o
espírito de reconciliação para que o perdão seja genuíno e duradouro",
disse Evangelista para quem "tal só será possível com a criação de uma
Comissão da Verdade, do Perdão e da Reconciliação”.
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