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Lotadores deixam de existir - "gestão das paragens de táxis deve estar sob responsabilidade dos Governos Provinciais e das Administrações" disse a PN

A Polícia Nacional (PN) considera que a actuação dos chamados "lotadores" nas paragens de táxis representa um risco para a segurança pública e defende a sua imediata desativação, por se tratar de uma actividade ilegal.

Segundo a PN, os "lotadores" não representam o Estado, controlam indevidamente as paragens e exigem pagamentos dos taxistas para permitir a operação no local, o que, segundo a corporação, configura extorsão.

O Subcomissário Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional, ouvido pelo NJ sublinhou que a gestão das paragens de táxis deve estar sob responsabilidade dos governos provinciais e das administrações municipais.

Apesar disso, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Angola (STA) e fundador da Associação Nova Aliança dos Taxistas (ANATA), Geraldo Wanga, defende que o Governo deve reorganizar essa classe, pois os "lotadores" fazem falta no sector dos transportes e podem actuar de forma organizada e participativa.

A Polícia Nacional afirma que, em situações de greve no sector de táxi, são frequentemente os "lotadores" que iniciam distúrbios e fomentam a desordem pública, o que reforça o apelo da corporação para a sua proibição.

De acordo com Mateus Rodrigues, a actividade exercida pelos "lotadores" é da competência das autoridades administrativas, e não pode continuar a ser feita de forma informal e coerciva. Ele alertou ainda que a exigência de pagamento por parte dos "lotadores" aos taxistas, sob ameaças de agressão ou vandalização das viaturas, representa um grave risco à ordem pública.

"Ao continuar essa prática, já se incorre num crime. Caso o Governo proíba a atividade e eles insistam, estarão a cometer crime de desobediência, e a Polícia Nacional poderá actuar", declarou.

Rodrigues esclareceu que o simples acto de procurar passageiros para encher as viaturas não constitui crime por si só. O problema reside na imposição de pagamentos e nas agressões associadas à actividade.

Juristas consultados também consideram que a figura do "lotador" é ilegal e não possui respaldo jurídico. "A polícia não deve esperar que crimes ocorram para agir. É necessário que as autoridades administrativas proíbam formalmente essa prática", afirmou o comissário, referindo-se aos recentes episódios de greve em Luanda, que culminaram em actos de vandalismo, pilhagem, confrontos com a polícia e resultaram na morte de 29 cidadãos.

 

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