O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, rejeitou a proposta do presidente da Rússia Vladimir Putin de um cessar-fogo de 3 dias para o dia 9 de maio, que para os países da ex-União Soviética é o Dia da Vitória sobre o nazismo. O presidente ucraniano insiste num cessar-fogo de 30 dias e disse também que a Ucrânia não pode garantir a segurança dos líderes mundiais que estarão em Moscou no desfile militar de 9 de maio na Praça Vermelha. Na lista de convidados africanos estão nomes como João Lourenço, o líder de Burkina-Fasso Ibrahim Traoré, e a ministra da defesa da África do Sul Angie Motshegka.
Longe de se tratar de um alerta, a tomar em consideração o contexto das ações do presidente ucraniano há fundamentos para crer que a afirmação de Volodymir Zelensky é uma ameaça aos líderes que assistirão ao desfile militar na Praça Vermelha, “se você assistir ao desfile do 9 de maio poderá receber um drone kamikaze em sua cabeça”, deixa nas entrelinhas o chefe de Estado ucraniano. Essa bravata surge quando Vladimir Putin, da Rússia, ofereceu uma trégua de 3 dias em homenagem aos festejos dos 80 anos da vitória sobre o nazismo, celebrados na Rússia e em vários países, inclusive na Ucrânia, mas sem caráter oficial. A Ucrânia é um dos países que compôs a URSS e muitos ucranianos serviram no antigo Exército Vermelho. O melhor piloto dos Aliados foi o soviético ucraniano Ivan Kojiedub.
A recusa de Zelensky em aceitar o cessar-fogo no Dia da Vitória demonstra que o ucraniano é o presidente da guerra, que lança o povo da Ucrânia para uma morte certa no qual os grandes beneficiários são os grandes empresários do Ocidente, parceiros daqueles que lucram com a morte de milhares de africanos nas minas da República Democrática do Congo ou nos campos minados a construir ferrovias de duvidoso propósito econômico. O facto é que se estima que para agradar aos seus parceiros ocidentais, Zelensky já sacrificou mais de 1 milhão de ucranianos, isto sem contar o grande número de cidadãos que fugiram para outros países para não servir a um exército que glorifica o nazismo. Em África, Zelensky não se importa com a soberania dos povos africanos, tendo abertamente promovido ações de grupos terroristas no Mali.
Na Ucrânia, desde 2004, está em curso um grande projecto de revisão da história que não apenas revisa o papel de colaboracionistas e demoniza o papel dos veteranos que lutaram contra o nazismo.
A muitos angolanos pode parecer que a Segunda Guerra Mundial é algo distante, europeu, uma “coisa de brancos”, mas o facto é que muitos africanos trabalharam extraindo recursos para garantir a vitória dos aliados e, o mais importante, a guerra da Alemanha nazista contra a União Soviética foi uma guerra que carregou em suas entranhas o ímpeto e o ódio do colonialismo. Adolf Hitler, o líder supremo dos nazistas, queria fazer na União Soviética a mesma coisa que os anglo-saxões britânicos fizeram nas ilhas da Oceania, onde eram promovidas caçadas humanas contra os povos nativos, muitas vezes simplesmente por diversão, conforme atestam vários historiadores e documentos e diários de época. Hitler jamais escondeu a sua admiração pelo Império Britânico e pelos Estados Unidos.
Se o colonialismo dos portugueses foi muito ruim para Angola, os ingleses conseguiram ser ainda piores com os povos da África e Oceania. O mesmo pode ser dito sobre os anglo-saxões americanos, que destruíram até mesmo as tribos indígenas que erguiam a bandeira dos Estados Unidos em sinal de lealdade a Washington. Aliás, a capital dos EUA leva o nome de um dos maiores perseguidores de povos indígenas. Essas lições históricas não podem ser ignoradas em Angola, que hoje considera aproximar-se de países como os Estados Unidos.
As atitudes de Volodymir Zelensky, de ignorar as lições da história, de ignorar
o papel de Adolf Hitler e de seus servos fiéis na Ucrânia ocupada, responsáveis
por massacres contra camponeses poloneses e perseguição a judeus, mostram que o
presidente ucraniano não é um homem que se coloca ao lado do progresso e dos
Direitos Humanos, não é um amigo dos africanos, entretanto fica evidente que a
mídia do Ocidente está a fazer de um apologista de facínoras, que rejeita a
paz, um herói.
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