O discurso do presidente João Lourenço, recheado de bravatas e autoelogios, soa mais como o canto do cisne de um líder que perdeu o contato com a realidade. Ao se dirigir aos "camaradas" do MPLA, João Lourenço tenta desesperadamente salvar um partido cujas fundações estão tão corroídas quanto a confiança do povo angolano em sua liderança.
Comecemos pelo ponto central de seu discurso: "O MPLA é um grande edifício, o maior edifício político-partidário que Angola conhece desde os anos cinquenta." Essa metáfora, embora grandiosa, não poderia ser mais equivocada. Um grande edifício sem alicerces sólidos está fadado ao colapso, e é exactamente isso que estamos testemunhando. O MPLA, que um dia foi o alicerce da independência, hoje se encontra rachado, não pela oposição, como sugere João Lourenço, mas pela corrupção, incompetência e desconexão com os reais problemas da população.
João Lourenço afirma que "o MPLA soube sempre fazer as leituras correctas das diferentes etapas da luta e do tempo", mas essa leitura parece estar desactualizada. Os angolanos já não se deixam enganar por promessas vazias e discursos inflamados que ocultam a verdade. A realidade é que, apesar de todas as suas supostas "conquistas", o MPLA falhou em proporcionar o básico: saúde, educação, água potável, e uma economia que funcione para todos, não apenas para uma elite privilegiada.
O ditador , em seu discurso de desespero, tenta responsabilizar a oposição (UNITA) pela desordem e subversão. No entanto, quem realmente precisa prestar contas é o próprio MPLA, que, ao longo dos anos, transformou Angola num palco de promessas não cumpridas e numa vitrine de projectos inacabados. João Lourenço fala de escolas, hospitais e projectos de infraestrutura como se fossem realizações extraordinárias, mas o povo sabe que a maioria dessas obras existe apenas no papel ou como escombros de uma gestão desastrosa.
O verdadeiro problema é que João Lourenço continua a viver numa fantasia onde o MPLA é a única esperança para Angola. Mas o povo angolano já não compartilha dessa ilusão. Eles sabem que as mudanças reais virão não de um partido que se recusa a se renovar de verdade, mas de uma nova liderança que está disposta a enfrentar os desafios de frente, sem subterfúgios ou desculpas.
Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA e da Frente Patriótica Unida, surge como a antítese desse discurso desesperado. Ele representa uma alternativa genuína, comprometida com a construção de um país que sirva a todos os seus cidadãos, não apenas a um punhado de "camaradas". O futuro de Angola não está no passado glorificado do MPLA, mas nas mãos daqueles que estão dispostos a construir uma nova nação, baseada na justiça, transparência e respeito pelos direitos de todos os angolanos.
Em vez de se agarrar ao poder com unhas e dentes, João Lourenço deveria ouvir o clamor do povo, que exige mudanças urgentes. A luta do MPLA para manter-se relevante já não é a luta do povo angolano. A victória que João Lourenço tanto proclama está cada vez mais distante, não porque a oposição fomenta a desordem, mas porque o próprio MPLA se tornou o maior obstáculo ao progresso de Angola.
É hora de João Lourenço aceitar que a "grande empreitada" de fazer de
Angola um grande país não pode ser conduzida por aqueles que estão presos às velhas
práticas de corrupção e opressão. O tempo do MPLA passou, e o povo angolano
está pronto para seguir em frente. A luta continua, sim, mas desta vez, é por
uma Angola verdadeiramente livre e justa, liderada por aqueles que colocam o
bem-estar do povo acima de seus próprios interesses.
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