A Administração Municipal do Talatona, em Luanda, anuiu à proposta de Hélder Trindade indicado recentemente por supostos oficiais da Polícia Nacional (PN), para exercer o cargo de chefe da Fiscalização, no quadro do combate à ocupação ilegal de terrenos naquele município.
Fontes do Club-K revelam que o novo homem da fiscalização do Talatona,
Hélder Trindade (efectivo policial) detém um grau parentesco com o ministro do
Interior, Eugénio Laborinho que terá a missão de preservar os interesses de
altas patentes da Polícia Nacional e das Forças Armadas Angolanas, que
alegadamente possuem terrenos em litígio com a Sociedade Konda Marta.
“O grande objectivo é fazer a vida cara aos camponeses da empresa Konda Marta”, disse a fonte, que lembrou que “o mesmo aconteceu com a nomeação da nova Comandante da Polícia Nacional do Município do Talatona, superintendente Gorett Fernandes”, que segundo a mesma fonte “é uma pessoa de confiança do Comandante Provincial de Luanda, Francisco Ribas”.
Recentemente a comandante Gorett Fernandes exonerou o chefe da fiscalização
e o chefe de armamento por alegado desvio de armas e alimentação de efectivos
da corporação que protegem estaleiro de terrenos de chineses sob tutela do
ex-comandante municipal, Joaquim Osvaldo Dadinho de Rosário, facto que não terá
agradado determinadas altas patentes do Ministério do Interior e do Comando
Provincial de Luanda.
No domingo, 12, o ministro do Interior terá orientado um encontro com o
comissário chefe Francisco Ribas na Administração do Distrito Urbano da Cidade
Universitária “para criar estratégia de demolir a vedação das camponesas da
empresa Konda Marta”.
“A reunião contou com a presença do delegado provincial de do Ministério do
Interior e Comandante Provincial da Polícia Nacional, fiscalização do Talatona,
bem como de várias outras pessoas que compõe a máfia de terrenos dos
camponeses, incluindo o empresário angolano Francisco proprietário da empresa
JFRA”, denunciou.
A fonte do Comando Provincial de Luanda, que acompanha o processo, ressalta
ainda que, em função de vários processos-crimes que pesam sobre o antigo
comando do município do Talatona, subcomissário Joaquim Rosário, tido como “o
elo de ligação na invasão de terrenos”, foi criada uma comissão com vista a se
evitar uma eventual perda do caso em tribunal.
Neste sentido, sublinha a fonte geralmente bem posicionada, “criam um grupo
para negociar com alguns juízes do sistema, garantindo aos juízes 50% de todo o
património, caso a empresa Konda Marta e as camponesas venham perder a causa
com intervenção do tribunal”.
O grupo realizou na segunda-feira, 13, o primeiro encontro de concertação
num dos escritórios no Projecto Nova Vida e foi orientado por Francisco Ribas,
comandante de Luanda, com a participação de Joaquim do Rosário, Sebastião
António e outros.
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