Em 2021, no calor do do VIII Congresso do meu partido tive a ocasião de estudar aprofundadamente a situação do país e recolher, por consulta qualificada junto de quadros notáveis da sociedade, subsídios importantes relativos à reconstrução do nosso país. Era um requisito exigível nos termos de uma candidatura que ficou por formalizar
Aproxima-se a passos largos o IX Congresso. Continuou a constatar, que em matéria de infraestruturação do país para a criação das bases técnicas que assegurem a recuperação produtiva, industrial, energética, urbanística ou da agricultura, os decisores públicos não foram ainda capazes de harmonizar os projectos a que estão associados. No plano energético, o discurso do presidente João Lourenço foi claro.
No capítulo da saúde a infraestruturação técnica privilegiou em orçamento as obras hospitalares, isto é, começou mal, a partir do fim da cadeia, deixando para trás as obras estruturantes do saneamento e suas acções mitigadoras da doença e aumento gradual da mortalidade no país.Em termos educacionais, a infraestruturação escolar seguiu errática com obras do tipo tradicional, mais custosas, mais demoradas e pouco integrativas sem os objectos conexos para uma educação de qualidade, sobretudo para as crianças e o ensino técnico-profissional.
A agricultura não encontrou ainda a sua irmã gémea, sem a qual nenhum país progride em fornecimento de bens agrícolas: estradas.
A água potável, e a que pode apoiar a indústria e os serviços no país, tem uma projecção para Luanda muito acima dos próximos 50 anos ou mais e vem dissociada do conceito saneamento e ambiente, enguiço bastas vezes já apontado por engenheiros atentos à problemática do referido fornecimento às populações e unidades fabris a emergir, pelo modelo adoptado.
No plano urbanístico, habitacional e afins, é óbvio que a ausência de energia e águas, e a falta de acessos urbanos conjugados com uma mobilidade reduzida ou ausente, tudo será feito com poucas chances de sucesso.
A insalubridade dos bairros é amiga da falta de saneamento e vice-versa.
Ou seja;
As tarefas da infraestruturação do país para sua recuperação através de um plano como concebido por George Marshall para tirar a Europa do sufoco nos meados dos anos 40, estão por acontecer e elas devem começar no Sector do Planeamento!
Só mediante a elaboração de um verdadeiro Plano de Recuperação do país assente na infraestruturação técnica de Angola, será possivel devolver aos angolanos a esperança de um dia verem a sua terra a rumar firmemente para o desenvolvimento.
Enquanto se luta contra a fome, até mesmo nas cidades contra a pobreza e a miséria, uma solução copiada (bem copiada com as devidas adaptações) daquele Plano Marshall passará necessariamente por reunir a massa pensante do país sem discriminação e de modo inclusivo e dialogante reunir esta nata intelectual dispersa e alguma desocupada, para pensarmos juntos a Angola nova, isto é, fazer aquilo que considero ser A NOVA RECONSTRUÇÃO NACIONAL.
Sem exagerar, penso que devemos reiniciar o país, trazendo para a nova agenda a união dos angolanos, a força da juventude e o pensamento novo de uma mentalidade civil, que se comprometa antes de mais, com o país e o seu povo.
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