A Comissão de Disciplina do MPLA deverá apresentar, durante a reunião do Comité Central marcada para os dias 31 de Outubro e 1 de Novembro, o relatório final do processo disciplinar instaurado contra o membro do Comité Central Valdir Cónego. O ponto consta da agenda oficial como item número 6 e promete agitar os bastidores do partido no poder.
Fontes internas apontam que o processo disciplinar contra Cónego estaria a ser conduzido sob forte influência da liderança do partido, numa altura em que se intensificam os debates internos sobre a possibilidade de um terceiro mandato presidencial para João Lourenço. Segundo essas fontes, há uma percepção crescente de que a Comissão de Disciplina estaria a agir em alinhamento com orientações superiores, visando silenciar vozes dissonantes.
Valdir Cónego tem-se destacado como um dos críticos mais contundentes da actual liderança do MPLA, exercendo o direito à crítica e autocrítica previsto nos Estatutos do partido. A eventual suspensão do dirigente poderá ser interpretada como um sinal preocupante de intolerância à divergência interna, num momento em que o partido enfrenta desafios de coesão e legitimidade.
A possível sanção contra Cónego reacende o debate sobre os limites da liberdade
de expressão dentro das estruturas partidárias e levanta questões sobre o
respeito à democracia interna no seio do MPLA. Observadores políticos alertam
que decisões arbitrárias contra membros críticos podem fragilizar ainda mais a
imagem do partido junto à opinião pública e à sua própria base militante.
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