Querido Pai e eterno Mentor, se estivesses em vida completaria 91 anos de idade, mas infelizmente, o alto dos teus 67 anos foi o limite. Saúdo todos os dias da minha vida por me terem colocado ao mundo (Pai e Mãe) com a benção de Deus.
Após 3 anos da proclamação da nossa conturbada Independência, cheguei ao
mundo para encontrar um país e um povo que sempre foram o centro da tua luta e
jornada de vida: Angola e os Angolanos.
Cresci a observar a tua bravura e a conhecer as tuas tristezas. Aprendi a
andar em caminhos estreitos e a ler com dificuldades debaixo das árvores, mas
com muita felicidade porque aquele era o meu mundo. Estávamos numa luta que
ainda não entendia, mas a paixão e força que assisti moldaram totalmente a
minha forma de ver a causa que conduziu a crença numa Angola melhor para todos.
Ainda lembro-me de o ter interrompido de um pé de dança e sussurrar-te no
ouvido: “Como o Pai é o Presidente, não pode dançar muito, senão vão tirar-te o
teu ponto fraco”, um conselho que carregaste para sempre e serviu-te de
reflexão em várias ocasiões.
O dia de hoje é importante porque marca a tua data natalícia, a tua chegada
ao mundo com um propósito que transformou a vida de todos os angolanos que, aos
poucos, vão entendendo todas as razões que moveram a tua vida diária.
Todos os angolanos que se juntaram à tua luta entenderam que a única coisa
que te movia era ver Angola e os Angolanos como donos da sua terra e orgulhosos
pela riqueza que o Criador colocou neste solo.
Como mensagem aos nossos ancestrais, dos quais fazes parte, revelo que os
dias actuais estão a obrigar mais empenho porque a geração que não participou
da tua luta, declara que sempre tiveste razão e, por isso, tem nascido vários
“Savimbis” angolanos e não só, que lutam com a sua vida em defesa de Angola e
de África.
Foste, mas a tua causa está activa, viva e actuante.
Por isso, vamos continuar com a missão de fortalecer a causa e inspirar a
nova geração para juntos construirmos a Angola que todos precisamos e
merecemos.
Sei que não sou o único a celebrar o teu nascimento (03.08.1934), a tua
jornada de vida e a agradecer por tudo, pois, hoje a tua causa é de toda gente,
por isso, vives para sempre em nós.
Queremos ver Angola livre do roubo, do saque do erário e de toda a
desgovernação do MPLA que empobrece cada vez mais o povo. Só assim irei
escrever a declaração de sucesso da luta, que é tua, minha e de todos os
angolanos que amam Angola.
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