Manuel Homem é o ministro dos “chuis”. As Irmãs Cajazeiras cá do burgo já alardeiam: É o putativo candidato à sucessão de João Lourenço. O eleito. O delfim. Um projecto político chamado Homem. E ele próprio parece acreditar nisso como se fosse Cabinda numa promessa nunca escrita. Homem é um jovem em processo de fabrico político à marretada perdido no barulho das luzes. Aparições constantes nas redes sociais e declarações pueris tornaram-se a sua bitola. Mais estilo do que substância. Adepto do culto da personalidade.
Já foi ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social. Foi governador de Luanda e exerceu o cargo de primeiro-secretário do MPLA na capital. Foi nessa condição que alguém (mal aconselhado ou estrategicamente cínico) o induziu a rodear-se de colaboradores de idoneidade duvidosa.
Não para o ajudar a governar, mas para o proteger. Esse núcleo restrito de jovens ( já bem identificados) dedica-se a redigir ataques contra membros do próprio MPLA que representem ameaça, ou contra elementos da Sociedade Civil que não se deixem envolver na adulação. São pagos para isso. E iludidos com promessas de cargos num eventual futuro executivo.
Manuel Homem move-se entre o verniz de autoridade que cultiva e o teclado dos seus acólitos digitais, munidos de insultos fáceis, improviso tosco e ambição cega. Urge travar essa legião de aduladores virtuais que, à sombra do putativo candidato, executam missões de intimidação até contra camaradas do próprio partido. Desde que substituiu Eugénio Laborinho no Ministério do Interior, Manuel Homem mostrou-se muito aquém das exigências. Revela mais vocação para cronista de ocasião e garoto-propaganda do que para estadista. O Presidente da República parece ser o único que ainda não se deu conta disso.
A resposta do Estado às manifestações de 28, 29 e 30 de Julho foi amplamente criticada. Analistas e Sociedade Civil apontaram um falhanço grave na coordenação dos órgãos de Defesa e Segurança. O ministro assistiu ao caos nas ruas da capital e deixou o País sem uma liderança visível num momento crítico. Agora tenta correr atrás do prejuízo como quem tenta tapar o sol com uma peneira depois de deixar Luanda a arder. Como resposta, fez circular um vídeo oficial promovendo uma campanha cívica contra as manifestações. Um gesto desajeitado. Fora de tempo. Comunicação frouxa. Tom deslocado, mais um sinal de desnorte.
Por que razão o Presidente da República o mantém no cargo? Duas hipóteses: 1) Ou está-se nas tintas para a segurança pública; 2) Ou ignora, pura e simplesmente, a gravidade do que se passou em finais de Julho, quando os serviços de segurança ficaram com as calças na mão. A coisa é séria. Mas João Lourenço parece levar na desportiva.
Entre a pose de comando que ensaia e os insultos que encomenda, Manuel Homem revela-se mais produto da propaganda do que figura de Estado. Governa pelas redes sociais, rodeado por um pequeno exército de pistoleiros digitais sem rumo, nem responsabilidade. Ambiciona o poder supremo. Mas ainda não percebeu que quem sobe empurrado por intimidações dificilmente desce com legitimidade.
A política angolana atravessa uma das suas fases mais críticas marcada por tensões internas, campanhas de desinformação e uma elite visivelmente descolada da realidade. Que futuro tem um País onde o poder é defendido por arquitectos da intimidação digital e onde a Comunicação do Estado se resume a vídeos mal editados nas redes sociais? Está na hora de repensar. De mudar o rumo. De pôr fim à bajulação digital como método de construção do poder. E de devolver ao espaço público o respeito, o diálogo e a responsabilidade política.
Nota final: Estão identificados os agentes de desinformação de Manuel Homem.
São eles os autores de textos insultuosos contra militantes do MPLA e contra
quem recuse alinhar na adulação ao putativo redentor de João Lourenço. Três,
dois, um, acção: Começou a luta contra os pistoleiros digitais. Objectivo:
Desmascará-los!Um por um. Caso a caso. Falando depressa e bem: Manuel é um
Homem em vinhas de alho. Só ele é que não sabe.
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