Técnicos provinciais do IGCA criticam comemorações centralizadas dos 48 anos em Luanda

A aproximação do 48.º aniversário do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA) está a gerar críticas entre responsáveis provinciais da instituição, que consideram a programação centralizada em Luanda como excludente e insensível aos desafios vividos nas estruturas locais.

A organização do evento comemorativo, que contará com a presença dos chefes de departamento provinciais com despesas totalmente custeadas, está a cargo da Directora-Geral Adjunta para a Área Administrativa, Matilde Cristina de Jesus Félix. No entanto, vozes críticas começam a emergir do interior do país, com destaque para os responsáveis das províncias de Benguela e Uíge, que apelam a uma gestão mais inclusiva e sensível às carências estruturais da instituição.

 

Em Benguela, o chefe do departamento provincial do IGCA, Elisandro Guedes, defendeu que o aniversário deveria ser um momento de “reflexão conjunta e união nacional” e não um evento concentrado apenas na capital. Em nota partilhada com os colegas, apontou falhas como a falta de condições de trabalho nas províncias, carência de formação contínua, inatividade técnica em áreas como Cartografia e Geodesia, e ausência de um sistema regular de monitoramento. Para Guedes, “o IGCA só será verdadeiramente forte se for inclusivo e nacional no seu alcance”.

No Uíge, a chefe do departamento provincial do IGCA, Jorgita Fortunato Cabitango, expressou apoio à intenção de celebrar a data, mas defendeu que a prioridade deveria recair sobre os vínculos laborais por regularizar. “Há colegas que trabalham há mais de quatro anos sem receber salários, apesar da sua dedicação diária. Seria mais justo que qualquer verba destinada a deslocações ou jantares fosse canalizada para apoiar esses funcionários com necessidades básicas”, sublinhou.

As críticas refletem um apelo coletivo por maior equidade na gestão institucional e por respostas concretas aos problemas estruturais que afetam os serviços técnicos nas províncias. Até ao momento, a Direção do IGCA ainda não se pronunciou oficialmente sobre as preocupações levantadas.