Penso que num mundo cada vez mais globalizado e interdependente, representar e defender Angola na diáspora deixou de ser um simples gesto voluntário ou um favor simbólico. Tornou-se um imperativo moral e patriótico. Quando um cidadão ou cidadã angolana, fora do território nacional, ergue a voz em defesa dos interesses do nosso país, está a cumprir uma missão nobre que ultrapassa interesses pessoais e se inscreve nos anais da dignidade e da soberania nacional.
Um exemplo paradigmático mais recente que gerou impacto nas redes sociais
dessa postura altiva e patriótica é o da jornalista Hariana Verás Victória,
cuja a sua intervenção memorável na Casa Branca, durante um encontro com o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permanece como símbolo de coragem
cívica e diplomacia cidadã. Em pleno epicentro do poder mundial, Hariana não se
limitou ao protocolo jornalístico; ela aproveitou aquele raro momento para
chamar a atenção do mundo sobre o conflito persistente entre a República
Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda, defendendo a paz, o diálogo e,
sobretudo, posicionando Angola como ator relevante e legítimo na busca pela
estabilidade na região dos Grandes Lagos.
A atitude dela foi muito além do jornalismo – foi um ato de representação
nacional. Hariana Veras, com firmeza e lucidez, lembrou a todos que Angola não
é apenas expectadora dos processos regionais, mas sim uma nação comprometida
com a segurança, a paz e o desenvolvimento do continente africano. A forma como
em palavras objetivas falou do papel do Presidente João Lourenço como mediador
nos conflitos da RDC e do Ruanda não apenas dignificou o Estado angolano, como
elevou o nome do nosso país nos corredores da diplomacia internacional.
Esta postura deve servir de referência para todos nós angolanos na diáspora
ou não: académicos, artistas, empresários, estudantes e trabalhadores. Onde
quer que estejamos, somos embaixadores naturais da nossa terra. Não podemos ser
indiferentes quando Angola é mal compreendida ou ignorada. Temos o dever de
corrigir narrativas distorcidas, de promover a nossa cultura, de exaltar as
nossas conquistas e de explicar, com sobriedade, os nossos desafios.
Representar Angola na diáspora é, também, lutar contra a invisibilidade
histórica a que muitos países africanos foram sujeitos. É fazer valer a voz de
um povo resiliente, rico em cultura, em história e em potencial. Tal como
Hariana Veras demonstrou, não precisamos ocupar cargos políticos para exercer o
patriotismo. Basta agir com consciência, convicção e coragem.
Hoje, mais do que nunca, é preciso que cada angolano espalhado pelo mundo
entenda que carregar a bandeira do nosso país não é um fardo, mas uma honra. E
que defender Angola, com argumentos, com exemplos e com coragem, é contribuir
para a construção de um futuro mais justo, forte e respeitado para todos nós.
Que o exemplo da nossa irmã Hariana Veras inspire uma nova geração de
angolanos comprometidos com a pátria, onde quer que estejam. Porque representar
Angola não é um favor. É um dever moral. É um acto de amor. É, sobretudo, um
gesto patriótico.
0 Comentários