Administração de Donald Trump demitiu 639 funcionários da emissora pública Voz da América (VOA) e da Agência dos Estados Unidos para os Media Globais. "É um dia sombrio para a verdade", diz senadora Jeanne Shaheen.
A administração do Presidente Donald Trump ordenou na sexta-feira (20.06)
despedimentos em massa na Voz da América e noutros meios de comunicação social
financiados pelo Governo.
Kari Lake, uma fervorosa apoiante de Trump nomeada para um cargo sénior na
Agência dos Estados Unidos para os Media Globais, disse que os avisos eram um
"esforço há muito esperado para desmantelar uma burocracia inchada e
irresponsável".
Em um comunicado, Lake disse que trabalharia com o Departamento de Estado e
o Congresso para "garantir que contar a história dos EUA seja modernizado,
eficaz e alinhado com a política externa do país".
Trump emitiu uma ordem em março que congelou a Voz da América (VOA) pela
primeira vez desde que foi fundada em 1942.
Esta sexta-feira, avisos de rescisão foram enviados a 639 funcionários após
ofertas anteriores de saídas voluntárias. No total, cerca de 1.400 postos de
trabalho foram extintos, restando apenas 250, segundo Lake.
Os despedimentos da Voz da América incluíram jornalistas do serviço persa,
que tinham sido reintegrados no trabalho depois de Israel ter atacado o Irão há
uma semana.
Os funcionários interpuseram uma ação judicial para contestar as medidas de
Lake, que foram tomadas apesar de o Congresso já ter aprovado o financiamento.
A decisão de despedimento em massa "significa a morte de 83 anos de
jornalismo independente que defende os ideais americanos de democracia e
liberdade em todo o mundo", lamentam num comunicado.
A senadora Jeanne Shaheen, a principal democrata na Comissão de Relações
Exteriores do Senado, disse que "a dizimação da radiodifusão dos EUA deixa
a propaganda autoritária sem controlo pelos órgãos de comunicação independentes
apoiados pelos EUA e é uma perversão da lei e da intenção do Congresso".
"É um dia sombrio para a verdade", escreveu na rede social X.
Um órgão de comunicação que saiu ileso dos cortes em massa foi a Rádio
Marti, que transmite para Cuba e conta com o apoio de legisladores republicanos
cubano-americanos anticomunistas. Outros meios de comunicação financiados pelo
Governo dos EUA incluem a Rádio Free Asia, que foi criada para fornecer
notícias aos países asiáticos sem imprensa livre e está agora a operar com
capacidade limitada.
A Rádio Europa Livre, formada com uma missão semelhante para as nações do
bloco soviético durante a Guerra Fria, sobreviveu graças ao apoio do governo
checo.
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