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Rede Girassol enfrenta denúncias de má gestão e práticas de nepotismo

Funcionários da Rede Girassol, uma das principais plataformas de comunicação social do país, têm denunciado, sob anonimato, um ambiente de trabalho marcado por assédio moral, má gestão, nepotismo e violações laborais. As queixas, enviadas à imprensa e partilhadas em redes sociais, apontam falhas graves na atual administração, liderada por Tatiana dos Anjos, filha do ministro da Agricultura, e composta ainda por Laurinda Calças (administradora de imprensa) e Ariel e Silva (administrador financeiro).

Com a nomeação do novo Conselho de Administração em março deste ano, muitos colaboradores acreditaram que a mudança traria melhorias. No entanto, segundo os relatos, rapidamente a esperança deu lugar à frustração. Acusa-se a administração de promover contratações por afinidade pessoal, desrespeitar os trabalhadores e comprometer o desempenho profissional da casa.

“Hoje a empresa parece mais uma montra de vaidades do que uma instituição de comunicação funcional”, desabafa um dos funcionários, que preferiu não ser identificado por temer retaliações.

Ambiente de trabalho hostil

Os funcionários relatam clima de medo e instabilidade, marcado por humilhações públicas, imposição de tarefas fora das funções contratuais, e desvalorização de profissionais experientes. Casos como o do produtor Áureo Pinto, forçado a assumir funções de apresentador sem formação nem compensação, e o da jornalista Cláudia Lopes, pressionada a aceitar pautas fora da sua linha editorial, são apresentados como exemplos de abuso de poder.

A administradora Laurinda Calças é apontada como uma das figuras centrais nesse processo. Segundo os relatos, Calças tem substituído funcionários por amigas pessoais, muitas sem experiência comprovada nas funções que ocupam, contribuindo para uma cultura de favorecimento e exclusão.

Denúncias de nepotismo e favorecimento

Tatiana dos Anjos, Presidente do Conselho de Administração, é acusada de beneficiar o Banco Sol, onde teria interesses, ao determinar a domiciliação obrigatória dos salários dos trabalhadores nesta instituição financeira. O banco, que enfrenta problemas de liquidez, tem sido motivo de reclamações constantes por parte dos funcionários.

Também surgem denúncias de nepotismo nas nomeações de cargos-chave. A alegada falta de critério técnico e a priorização de relações pessoais sobre competências têm sido fatores de desmotivação generalizada.

“Não há meritocracia. Há bajulação. Quem sabe não manda, e quem manda não sabe”, resume um jornalista veterano da casa.

Precariedade e violação de direitos

Entre as principais queixas estão atrasos salariais, ausência de pagamento de horas extras, condições laborais precárias e falta de transparência na contribuição da empresa junto ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), apesar dos descontos efetuados nos salários.

Os trabalhadores apontam também a falta de materiais básicos, como papel higiénico, água potável e produtos de limpeza, bem como cortes drásticos em recursos operacionais, como transporte e combustível para as equipas de reportagem.

“Trabalhamos até 12 horas por dia, sem alimentação nem compensações. Estamos exaustos”, afirma um editor.

Reações e silêncio da administração

Até ao momento, a administração da Rede Girassol não emitiu qualquer esclarecimento público sobre as denúncias. O silêncio tem sido interpretado por muitos funcionários como uma tentativa de ignorar ou abafar os problemas.

Apesar das dificuldades, os colaboradores garantem que continuam a exercer as suas funções com profissionalismo e pedem intervenção urgente das autoridades competentes.

“A Rede Girassol pode ser melhor. Só precisa de líderes que escutem, respeitem e valorizem as suas equipas. É isso que pedimos: dignidade no trabalho”, conclui um dos testemunhos.

Nota da Redação: A Rede Girassol foi contactada para prestar esclarecimentos sobre as denúncias, mas até o momento da publicação desta matéria, não respondeu às nossas solicitações. O espaço permanece aberto para o devido contraditório.

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