Há pessoas que não partem com silêncio. Deixam um eco. Uma presença que continua ocupando espaço, mesmo quando o corpo já não está. Tito Mário era assim.
Jornalista e jurista, mas antes de tudo, homem íntegro. Daqueles que acreditavam
que a verdade não é apenas um ideal — é dever. E Tito cumpria esse dever com
elegância firme, com palavras transparentes, com coragem serena.
Nos corredores onde se discutia o país, lá estava ele. Com postura, com voz, com ética. Não gritava para ser ouvido; falava claro para ser compreendido. E, por isso, foi ouvido por muitos. Ganhou respeito não pelo volume, mas pela coerência entre o que dizia e o que fazia.
Hoje, custa aceitar que ele se foi. Há um vazio nas conversas, nos espaços
onde sua presença fazia sentido. Mas também há gratidão. Porque Tito Mário nos
deixou o exemplo — e isso não se apaga. Foi jornalista como se a verdade
tivesse que respirar por meio dele. Foi jurista como quem sabia que a justiça
começa na forma como tratamos o outro. Foi amigo como poucos sabem ser.
A vida seguiu, como sempre segue. Mas há ausências que nos acompanham. Tito
é uma delas. Não como dor apenas, mas como lembrança viva do que é ser digno
num tempo em que tantos se vendem.
E assim ele fica. Em nós, na história, na luta por um país mais justo —
onde a verdade não precise se esconder.
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