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Quando a voz permanece- Mido dos Santos

Há pessoas que não partem com silêncio. Deixam um eco. Uma presença que continua ocupando espaço, mesmo quando o corpo já não está. Tito Mário era assim.

Jornalista e jurista, mas antes de tudo, homem íntegro. Daqueles que acreditavam que a verdade não é apenas um ideal — é dever. E Tito cumpria esse dever com elegância firme, com palavras transparentes, com coragem serena.

Nos corredores onde se discutia o país, lá estava ele. Com postura, com voz, com ética. Não gritava para ser ouvido; falava claro para ser compreendido. E, por isso, foi ouvido por muitos. Ganhou respeito não pelo volume, mas pela coerência entre o que dizia e o que fazia.

Hoje, custa aceitar que ele se foi. Há um vazio nas conversas, nos espaços onde sua presença fazia sentido. Mas também há gratidão. Porque Tito Mário nos deixou o exemplo — e isso não se apaga. Foi jornalista como se a verdade tivesse que respirar por meio dele. Foi jurista como quem sabia que a justiça começa na forma como tratamos o outro. Foi amigo como poucos sabem ser.

A vida seguiu, como sempre segue. Mas há ausências que nos acompanham. Tito é uma delas. Não como dor apenas, mas como lembrança viva do que é ser digno num tempo em que tantos se vendem.

E assim ele fica. Em nós, na história, na luta por um país mais justo — onde a verdade não precise se esconder.

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