Os serviços prisionais de Angola colocaram Gelson Emanuel Quintas, mais conhecido por “Man Gena”, numa cela disciplinar da qual apenas sai para receber alimentação. A denúncia foi feita pelo activista Tanaice Neutro, que expressou preocupação pela vida do detido, referindo que este sofre de asma e necessita de acompanhamento médico.
Segundo Tanaice Neutro, a cela disciplinar é habitualmente destinada a reclusos condenados por crimes de homicídio ou de elevada gravidade, pelo que considera injustificada a presença de Man Gena neste regime prisional, uma vez que, segundo sustenta, não cometeu crime que o justifique. O activista apelou directamente ao Presidente da República para a libertação do amigo.
“Man Gena” foi detido ao regressar de Moçambique para Angola, em Fevereiro de 2024, após ter sido expulso pelas autoridades moçambicanas. A sua detenção está inicialmente associada a acusações pendentes em Angola, nomeadamente por injúrias, difamação e envolvimento em alegadas actividades ilícitas, embora os detalhes dos processos ainda não tenham sido tornados públicos.
De acordo com o Serviço de Investigação Criminal (SIC), Man Gena foi contratado, através da sua empresa denominada Departamento de Cobranças e Dívidas (DCD), para mediar um litígio sobre a posse de um terreno. Durante esse processo, ele e a sua equipa terão desalojado os ocupantes do espaço, alegadamente com base numa procuração legal que lhes conferia poderes para o efeito.
Após a desocupação, o proprietário do terreno, identificado como “Paulo”,
apresentou queixa, alegando o desaparecimento de materiais de construção, entre
os quais pás, enxadas e outros utensílios de obra. O caso foi classificado como
roubo qualificado, e Man Gena foi também acusado de:
Abuso de confiança, por alegadamente ter recebido fundos com uma finalidade
específica e os ter utilizado de forma indevida;
Associação criminosa, por ter actuado em grupo durante a execução da
desocupação e do alegado furto.
O processo foi reaberto após a sua detenção, e Man Gena foi ouvido por uma
magistrada do SIC, perante a qual reiterou que actuou com base numa procuração
legítima e que não teve qualquer envolvimento directo no desaparecimento dos
materiais. Alegou ainda que um dos seus colaboradores seria sobrinho de um alto
responsável do SIC, o que, segundo ele, pode ter influenciado o andamento do
processo e levantado suspeitas sobre eventuais conflitos de interesse.
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