O General Higino Carneiro vai virar saco de pancada, nos próximos tempos, para todos aqueles que acreditam que, no MPLA, o poder “consente-se”. Herda-se. Não se disputa. O carácter do General Higino Carneiro vai ser assassinado por se ter esquecido da existência imanente do “centralismo democrático” no seio do MPLA. Para os apparatchikis mais tacanhos e de pensamento estreito, Higino Carneiro não é um adversário. É um rebelde. Um inimigo a neutralizar. No reino da bênção e do consentimento político, a rebeldia é castigada de todas as formas e feitios. Quem ousa, paga. E paga caro!
Higino Carneiro tem de estar preparado para lidar com os cães da sombra. Os processos judiciais vão voltar a estar em pauta. Os ataques anónimos ou encomendados nas redes sociais vão subir de tom. Vão ser mobilizadas estruturas partidárias para desacreditar o “candidato rebelde”. O “General 4x4” vai sentir o peso do revanchismo institucional. Tipo MPLA contra MPLA. Vão ser usadas todas as técnicas de desinformação possíveis para o desqualificar moral, pessoal e publicamente, com o propósito de destruir a sua reputação.
Higino Carneiro está a ser tratado como traidor, por força da falta de cultura democrática e da personalização do poder. Por ter pensado em manifestar publicamente uma ambição política. Foi considerado um crime. O “Soldado da Pátria” está a ser abandalhado. Está a ser tratado de forma vil. O presidente do MPLA deveria desencorajar os ataques encapuzados e rasteiros. O seu silêncio funciona como incentivo para todos aqueles que se dedicam a esse tipo de trabalho sujo contra camaradas seus.
Se assim continuarem as coisas, nem mesmo João Lourenço estará a salvo dos
ataques cobardes e anónimos depois de deixar o poder. O que hoje se faz em seu
nome, amanhã far-se-á contra si. Eis a herança: Um partido que devora os seus
próprios quadros e projecta ao mundo uma imagem de tribalismo político,
perseguição interna e ausência de ética mínima. Canibalismo político. Ao
persistir nesse caminho, o MPLA não se desacredita apenas diante dos angolanos.
Desacredita-se perante o mundo.
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