O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, reunido em sessão extraordinária no dia 29 de janeiro de 2025, em Viana-Luanda, sob orientação do Presidente do Partido, Adalberto Costa Júnior, emitiu um comunicado no qual denuncia "esforços tendentes a mergulhar o país na instabilidade" e condena "manobras de perpetuação no poder".
O partido da oposição expressou preocupação com o que considera serem "encenações" apresentadas recentemente nos órgãos de comunicação social do Estado, referindo-se a alegações de golpismo, e criticou o desrespeito aos princípios do contraditório e da presunção de inocência, bem como a violação de direitos de cidadania. A UNITA acusa o regime angolano de usar o "terrorismo do Estado" para manipular a opinião pública e "combater as lideranças da oposição".
A UNITA recordou ainda episódios marcantes da história de Angola, como o 27 de Maio de 1977, os massacres de 1992 e a "sexta-feira sangrenta" de 1993, a prisão do chefe dos serviços de informação externa em 2007, as mortes no Monte Sumi, a não ida à Assembleia Nacional do então Presidente da República em 2015 e o caso dos "quinze mais dois" (15+2), questionando a sua ligação com as recentes alegações de golpismo.
O partido saudou a "maturidade" da sociedade civil, igrejas e instituições socio-profissionais na denúncia da "instrumentalidade" e "grosseirismo" na manipulação da opinião pública. Denunciou também o regime de censura nos órgãos de comunicação social do Estado e exigiu que as atividades da oposição e as opiniões dos seus líderes façam parte da pauta informativa.
No plano internacional, a UNITA exortou a Organização das Nações Unidas, a União Africana e a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos a trabalharem para o "restabelecimento da paz" na região, afetada por "conflitos cíclicos mal resolvidos".
Por fim, o partido advertiu o titular do poder Executivo sobre a necessidade de "estrito respeito" pela Constituição da República de Angola em caso de eventual necessidade de envio de um contingente das Forças Armadas Angolanas (FAA) à República Democrática do Congo.
O comunicado foi divulgado em Luanda, no dia 29 de janeiro de 2025, e é
assinado pelo Comité Permanente da Comissão Política da UNITA.
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