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Caso AGT: Irresponsabilidade Política e Cegueira - Artur Queiroz

 O MPLA defende-se a si próprio com o seu papel na História de Angola e a sua prática na defesa do Povo Angolano desde 10 de Dezembro de 1956. Milhares de militantes e dirigentes deram a vida pela Independência Nacional. Resgataram a liberdade e a dignidade de todos os angolanos, mesmo dos que se colocaram ao lado dos colonialistas e dos racistas de Pretória, como é o caso da UNITA. Convém não esquecer nunca.

O Presidente da República e Titular do Poder Executivo é líder do MPLA. Está a causar mais danos ao partido do que causaram os traidores, os colonialistas de Lisboa e os racistas de Pretória. É uma evidência. Não é preciso andar com uma lanterna à procura desses danos, escondidos nos confins da escuridão. Está tudo à vista. É uma agenda política que tem no topo a destruição do MPLA para a Casa do Brancos e Bruxelas melhor subjugarem o Povo Angolano e roubarem os valiosos recursos naturais do país. Compreende-se o embaraço de actuais e antigos dirigentes do partido e dos seus militantes.

O que se passa na Autoridade Tributária tem de ser analisado à luz de um princípio fundamentalíssimo: A presunção de inocência dos altos funcionários detidos, por suspeitas de terem cometido crimes graves, que causaram elevados danos ao Estado Angolano. Até existir uma sentença transitada em julgado são inocentes. Podem estar a ser vítimas de uma armação. Aguardemos pelo despacho de pronúncia e, se for caso disso, a sentença após o julgamento lá onde se faz Justiça em nome do povo.

O Presidente João Lourenço já devia ter agido. Só não o fez porque tem uma agenda que lhe recomenda deixa andar ou bota fogo e deixa arder. O campeonato dele é a paz em África onde conquistou a taça de campeão. E inesperadamente assumiu o papel de mordomo da Casa dos Brancos na África Austral. O presidente Trump acaba de ameaçar a África do Sul e os países da região fingiram que não perceberam. Nomeadamente Angola, que até 2017 foi o país que mais se destacou na libertação da região e na derrota do regime racista de Pretória.

A senhora ministra Vera Daves não tem que vigiar o livro do ponto nos serviços que tutela. Não tem que espreitar para os “dossiers” que os dirigentes dos serviços do seu ministério têm em mãos. Não pode abrir os cofres ao fim do dia para verificar se o dinheiro está certo e ninguém toca nos impostos arrecadados. Se há desvios. Sim, quando os cofres do Estado voam milhões não é roubo, é desvio.

A ministra das Finanças, ainda que seja a mais sabichona do seu bairro ou da sua rua, tem responsabilidade política. E com base nessa responsabilidade, tinha o dever de se demitir quando rebentou o escândalo dos milhões que saíram a voar dos cofres públicos, já que há suspeitas fundadas de que os passarões são seus funcionários de alto nível.

Ao fim de um alarido ensurdecedor, Vera Daves deu sinais de vida e exonerou altos funcionários, entre os quais Tiago Gonçalves Cordeiro dos Santos, administrador da AGT. À falta de um bode, arranjaram um cordeiro expiatório. Os bodes fugiram a tempo ou são intocáveis.

Vera Daves acha que não tem responsabilidade política e por isso não se demite. O Presidente João Lourenço olha para a agenda escondida e fica feliz. O processo de destruição do MPLA está a correr bem. Mas o silêncio da direcção do partido dá que pensar. Entre centenas de dirigentes do Bureau Político e do Comité Central, nem um se pronuncia sobre este escândalo que está a sobrar para o partido. Aguardo ansiosamente uma declaração de Mara Quiosa.

João Lourenço é o Presidente do MPLA. Vera Daves é do Bureau Político do partido. Este caso atinge toda a direcção partidária se Vera Daves não se demitir imediatamente. Lança um véu de suspeita sobre todo o Executivo. Sobre todo o grupo parlamentar do MPLA que apoia o Titular do Poder Executivo e o seu governo. Põe em causa o regime democrático.

Jenny Hermoso é uma senhora que joga futebol. Campeã do mundo pela selecção de Espanha. Na festa da vitória, o então presidente da federação espanhola da modalidade, Luís Rubiales, abraçou a atleta e depois beijou-a nos lábios durante uma fracção de segundo. Alegria e felicidade. Aquele contacto instantâneo lábios com lábios valeu uma acusação de agressão sexual ao beijoqueiro. Jenny sofreu fortes danos morais e materiais.

O criminoso arrisca até quatro anos de prisão. Aquele contacto labial de uma fracção de segundo não foi consentido por Jenny Hermoso. Foi uma coisa espontânea, própria de seres humanos quando estão mesmo muito felizes. Olho para a minha vida e tenho de concluir que devo várias prisões perpétuas à sociedade. A minha sorte é que nunca encostei os lábios a nenhuma mulher com o sexo à flor da pele. Já me estou a ver numa masmorra de Israel a cumprir uma 20 penas de prisão perpétua como as crianças palestinas.

Uma tal Laura Ballarín, em nome da União Europeia, disse isto: “Acredito que não há solução política para esta crise em Moçambique sem um diálogo que seja verdadeiramente inclusivo e no qual participe Venâncio Mondlane”. Está tudo à vista, só não vê quem não quer. Os colonialistas de sempre estão filados no gás e no petróleo de Cabo Delgado!

A empresária angolana Isabel dos Santos, em vez de estar em Angola criando riqueza e postos de trabalho está de férias no Dubai, desde 2018. Outros tão competentes como ela na arte de gerir empresas tiveram menos sorte, foram presos ou continuam presos. Acaba de declarar que em consequência de perseguições das autoridades angolanas foi obrigada a vender o Eurobic por migalhas, depois de ter ajudado a recuperar o banco falido. Os lucros estão agora a ser colhidos por outros.

Leiam o que declarou Isabel dos Santos: “Comprámos um banco falido em Portugal, reconstruímos e criamos o Eurobic. Fomos obrigados a vendê-lo por migalhas. Os resultados agora são para os outros”. Está tudo à vista. Só não vê quem não quer.

Uma declaração de interesses. A empresária angolana Isabel dos Santos deu uma entrevista na qual anunciou que encara a possibilidade de candidatar-se à Presidência da República em 2027. Mas na área política da direita porque é de direita. Nem pintada de ouro leva o meu voto! Cada vez compreendo melhor as sucessivas declarações do Presidente José Eduardo dos Santos nas quais lembrava que “o MPLA é um partido de esquerda”. Queria convencer a filha Isabel e João Lourenço. Desconseguiu. Mas conseguiu vitórias mais importantes para Angola e a Humanidade.

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