A Polícia Nacional (PN) de Angola deteve nesta quinta-feira, 7, quatro ativistas que realizavam um protesto de apoio ao povo de Moçambique em frente à embaixada daquele país em Luanda.
A
ação coloca à prova a postura do novo ministro do Interior de Angola em relação
às liberdades civis.
"Se
o escalar da violência continuar, não colocamos de parte a entrada da Forças de
Defesa", Cristóvão Chume
Os
manifestantes queriam mostrar o seu apoio aos protestos em Moçambique contra o
que o candidato presidencial Venâncio Mondlane chama de fraude nas eleições e o
assassinato de dois dos seus apoiantes.
A
mãe de um dos detidos, Leonor Matias, disse estar indignada com a prisão do
filho, Mbanza Hamza, e pediu a libertação de todos.
“Então, eles estão a ajudar os outros. Eu falei muito, o crime, bateram em
alguém? Olha então, se os outros estão a sofrer, não podemos lhes apoiar. Se é
para apoiar os outros em Moçambique, somos todos irmãos", afirmou Matias.
Ela pediu que o Presidente angolano veja "o povo moçambicano como o povo angolano, o sofrimento do Moçambique, também é o sofrimento de Angola, deve pensar duas vezes e os angolanos merecem também uma dignidade como o povo moçambicano”.
Para Makuta Nkondo, antigo deputado pela CASA-CE, a repressão é uma prática enraizada no regime do MPLA.
“Bom,
isso é exatamente os ingredientes do poder do MPLA: detenções, abuso de poderes
e, sobretudo, violação dos direitos humanos. Não vão pôr em causa o poder do
Manuel Homem porque isso é normal para eles. Todos eles são violadores de
direitos humanos", acusa aquele crítico do Governo .
Ainda
sobre o novo ministro do Interior, Nkondo perguntou se "quando era
governador de Luanda alguma vez defendeu os direitos humanos, ele era o
responsável pela polícia de Luanda".
A
Voz da América tentou ouvir o ministro do Interior sobre as razões das
detenções mas não foi possível.
Também
contactamos Nestor Goubel, porta-voz da PN em Luanda, mas até ao momento não
reagiu.
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