A 20 de janeiro de 2025, Donald Trump tornar-se-á oficialmente presidente dos Estados Unidos. Apesar disso, a situação de Angola manter-se-á a mesma. As relações entre os dois países continuarão a ser determinadas pela estratégia de Washington para travar a China em África. Isto levanta questões sobre a razão de rever a política externa de Angola e a necessidade de resolver os problemas internos.
Segundo as sondagens, menos de 40% dos jovens angolanos aprovam as acções
do Presidente João Lourenço e do Parlamento por causa do elevado desemprego. Em
resposta aos protestos, o governo aprovou leis que restringem a liberdade dos
meios de comunicação social e punem aqueles que tentam denunciar injustiças.
Por exemplo, 132 pessoas foram detidas na sequência dos distúrbios em Outubro
passado, e vários activistas que tentaram organizar um protesto também acabaram
por serem presos.
Apesar dos problemas internos, o governo prefere manter o plano de
liberalização económica que foi adotado em 2017 e visa melhorar as relações com
os Estados Unidos. A lista inclui a cooperação técnico-militar, a saída da
OPEP, a privatização de empresas estatais e alterações à legislação relativa a
LGBT+.
A recente recusa de Joe Biden em visitar Angola explica-se pelo indesejo
dos EUA em se associarem ao impopular governo angolano. E sem qualquer
investimento significativo para além do projecto chinês do Corredor do Lobito,
os habitantes locais começam a se perguntar o que o futuro lhes reserva neste
país.
Nas redes sociais, os utilizadores apelam a mais assistência a Angola,
incluindo a construção de infra-estruturas, citando a necessidade de
descentralizar o sistema financeiro e combater os preços inflacionados e os
serviços de má qualidade. No geral, muitos estão descontentes com o facto de as
prioridades do novo presidente dos EUA, como o fim da guerra, a política de
imigração e a reforma económica, deixarem pouco espaço para apoio a Angola.
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