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UNITA condena assassínios em Moçambique e pede que responsáveis sejam levados à justiça

A UNITA condenou esta Segunda-feira o duplo homicídio em Moçambique, apelando às autoridades moçambicanas que levem os responsáveis à justiça e às instituições internacionais que punam “severamente” os governos que praticam golpes constitucionais.

Num comunicado divulgado na página de Facebook do líder do partido, Adalberto Costa Júnior, a UNITA manifesta "indignação e preocupação" com os assassínios de Elvino Dias, assessor jurídico do candidato às eleições presidenciais moçambicanas Venâncio Mondlane, e de Paulo Nguambe, mandatário do seu partido, destacando que os "tristes acontecimentos" terão tido uma "repugnante motivação política" por ocorrerem em período eleitoral.

"Assim, a direcção da UNITA condena, nos termos mais veementes possíveis, este acto macabro que ensombra toda a sociedade moçambicana", lê-se no comunicado, em que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) se declara solidária com as organizações moçambicanas e internacionais "defensoras da democracia e da transparência eleitoral" que se juntam "ao clamor do povo moçambicano e exigem que a verdade eleitoral seja absolutamente respeitada".

O maior partido a oposição exorta as autoridades judiciais moçambicanas a fazerem o seu trabalho "sem quaisquer pressões" e a levarem à justiça, tanto os autores materiais do crime, como sobretudo os seus mandantes.

A UNITA "encoraja" Venâncio Mondlane e o seu partido Podemos a continuarem a "luta pela liberdade e pela democracia em Moçambique". Por outro lado, chama a atenção das instituições internacionais para a "necessidade de punir severamente os governos que praticam golpes constitucionais, controlando os tribunais e as Comissões Nacionais Eleitorais (CNE), subvertendo a verdade eleitoral, como forma de manutenção do poder".

A UNITA, que conquistou 44 por cento dos votos nas eleições de 2022, que o MPLA voltou a ganhar, embora com o pior resultado de sempre, queixou-se de fraude eleitoral, mas o Tribunal Constitucional considerou as alegações insuficientes e validou os resultados.

A polícia moçambicana está, esta Segunda-feira, a dispersar os participantes nas marchas pacíficas convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane após o assassínio de dois apoiantes.

A polícia confirmou no Sábado, à Lusa, que a viatura em que seguiam Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do Podemos, partido que apoia Mondlane, mortos a tiro, foi "emboscada". O crime aconteceu na avenida Joaquim Chissano, centro da capital, e segundo a polícia uma mulher que seguia nos bancos traseiros da viatura foi igualmente atingida a tiro, tendo sido transportada para o hospital.

As eleições gerais de 9 de Outubro em Moçambique incluíram as sétimas presidenciais – às quais já não concorreu o actual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos – em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.

A CNE tem 15 dias para anunciar os resultados oficiais, data que se cumpre a 24 de Outubro, cabendo depois ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, após concluir a análise, também, de eventuais recursos, mas sem prazo definido para esse efeito.

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