O líder do MPLA, João Lourenço, discursou, esta segunda-feira, no Encontro Nacional com os Primeiros-Secretários dos Comités de Acção do Partido, que decorre no Centro de Conferências de Belas, sob o lema: “Todos para as Bases, Todos para as Comunidades”.
Eis o discurso na íntegra:
-Camarada Vice - Presidente do Partido
-Camarada Secretário Geral do Partido
-Camaradas da Direção do Partido
-Camaradas Primeiros e Segundos Secretários dos Comités Provinciais do
Partido
-Camaradas Primeiros Secretários dos Comités de Acção do Partido
-Caros Camaradas
- Angolanos e angolanas
Agradeço ao Secretariado do Bureau Político pelo convite endereçado para
presidir a este Encontro Nacional com os Primeiros Secretários dos Comités de
Acção do Partido com o lema "Todos para as Bases, Todos para as
Comunidades”, que acontece na sequência da realização das Assembleias de
Balanço e Renovação de Mandatos dos Comités de Acção, realizadas de Maio a
Agosto do corrente ano por todo o país.
Antes de mais, endereço os meus parabéns a todos os Primeiros Secretários
dos Comités de Acção do Partido, pela eleição à liderança desta muito
importante estrutura do nosso Partido. Através de vós, estendo as felicitações
aos militantes de todo país pela forma disciplinada e comprometida como se
engajaram neste processo, graças ao qual se apresentam hoje nesta sala as
direcções renovadas destas estruturas de base.
São os Comités de Acção do Partido, os Primeiros Secretários e os vossos
militantes lá nas comunidades onde estão inseridos que, através da interacção
no dia a dia com os cidadãos, dão a conhecer o projecto de construção de Nação
do MPLA, o seu passado de lutas e de vitórias, o presente de trabalho árduo
para resolver os problemas económicos e sociais que afectam os nossos cidadãos,
para garantir um futuro risonho de paz, prosperidade, liberdade e desenvolvimento.
São os camaradas que mobilizam os cidadãos para as fileiras do nosso
Partido. Nesta etapa crucial da vida do nosso Partido e do país, decidi vir
pessoalmente reunir com as bases, ouvi-las sobre os caminhos a seguir para
fortalecer cada vez mais o nosso Partido, reforçar a nossa unidade em torno dos
ideais do MPLA.
Ao longo da sua existência como força política que mobilizou e congregou os
angolanos à volta da causa da Independência e dos ideais da liberdade,
bem-estar dos angolanos e progresso social, o MPLA soube sempre fazer as
leituras correctas das diferentes etapas da luta e do tempo, fortalecendo a
organização e o funcionamento das estruturas do Partido, de modo a torná-las
cada vez mais modernas, dinâmicas e actuantes, visando a melhor inserção do
Partido na sociedade e, assim, estar sempre em melhores condições de liderar as
principais transformações políticas, económicas e sociais no país.
Foi esta a razão da necessidade de permanente renovação para reforçar cada
vez mais as bases do nosso Partido que realizámos as Assembleias de Balanço e
Renovação de Mandatos dos Comités de Acção.
Este ano vamos realizar ainda o Congresso Ordinário da JMPLA e o Congresso
Extraordinário do MPLA que, como é óbvio, não terá renovação de mandatos,
eventos de relevante importância para o nosso Partido na actual conjuntura
nacional e internacional que se vive.
Contudo, é nas bases do Partido onde devemos permanentemente prestar a nossa atenção por serem elas que no dia a dia asseguram o funcionamento do Partido, trabalhando com as comunidades onde estão localizadas, enquanto os órgãos superiores - o Comité Central e o Congresso do Partido -, se reúnem com uma periodicidade muito larga.
Quando um edifício tem o telhado danificado, ou uma parede rachada, em
pouco tempo se reabilita, mas se as suas fundações, seus alicerces não forem
sólidos, com certeza que o edifício se desmorona.
O MPLA é um grande edifício, o maior edifício político-partidário que
Angola conhece desde os anos cinquenta.
Por isso cuidemos das suas fundações, dos seus alicerces que são os
milhares de Comités de Acção do Partido, porque são eles as bases da sua
sustentação contra as tempestades criadas pelos nossos adversários, que não
fazendo oposição, encorajam e fomentam a desordem, organizam e lideram a
subversão, como ficou evidente agora na aprovação da lei contra a vandalização
dos bens públicos, tendo ficado provado o que já era evidente, que estão por
detrás destas práticas antissociais e criminosas.
Queremos ver os nossos Comités de Acção mais inseridos na sociedade, nas
comunidades, não a consumir o tempo em reuniões e leitura de documentos apenas,
mas a interagir com as pessoas, com as angolanas e angolanos independentemente
da sua filiação partidária, para com eles abordar os problemas reais da vida
que os afligem, ligados à habitação, água, energia, escola para os filhos,
saúde e outros.
Mesmo ali onde o Executivo, os Governos provinciais e municipais ainda não
os resolveram, não fujam ao diálogo, sejam sinceros, abertos e transparentes,
porque às vezes uma simples palavra pode confortar o cidadão necessitado.
Apesar das dificuldades ainda existentes, dos problemas ainda por resolver,
é preciso dizer ao cidadão o quanto o Executivo suportado pelo MPLA tem feito
em prol do progresso, do desenvolvimento económico e social do nosso país.
Os investimentos em escolas e outros estabelecimentos de ensino, os
hospitais de diferentes níveis de atendimento, os projectos de água e energia,
de habitação, a rede viária que está a ser feita ou reabilitada, os portos e
aeroportos a serem construídos ou reabilitados, as refinarias de petróleo a
serem construídas para aumentar a oferta de produtos refinados como o diesel e
a gasolina, os grandes projectos de combate à seca no sul de Angola que começam
já a inverter a situação vivida até há dois anos, a melhoria do ambiente de
negócios que fez aumentar a produção interna de bens e de serviços essenciais,
os apoios e importância que se está a dar à agropecuária e pescas, sobretudo à
agricultura familiar, que não só aumentou a oferta de bens alimentares
produzidos no país, como vem melhorando a condição de vida das famílias no
campo, estando todos esses investimentos e empreendimentos públicos e privados
a gerar mais emprego, sobretudo para os jovens.
Caros Camaradas
Os nossos camaradas Primeiros Secretários dos CAPs merecem todo o nosso
respeito e consideração pelo trabalho que realizam, sem a preocupação do
mediatismo que as câmaras fotográficas e a televisão proporcionariam caso
acompanhassem o seu trabalho, mesmo assim continuam a realizar seu trabalho de
forma incansável.
Pena é que nas ocasiões em que precisamos de preencher vagas nas direcções
do Partido nos mais diversos escalões até ao Comité Central, muitos destes
camaradas são preteridos a favor de outros que, com jogos de influência,
amparados por alguns que já são membros da Direcção, acabam por conseguir de
forma desmerecida as vagas por preencher.
Esta situação deve ser sempre denunciada e corrigida, pela necessidade de
haver maior lisura, honestidade e justiça nos processos de renovação de
mandatos em todos os escalões da hierarquia do Partido.
Caros Camaradas
Todas as conquistas alcançadas em todos os domínios da vida nacional, na
política, na defesa, no desporto, na cultura, na educação, na ciência e
investigação, na economia, na justiça, na vida parlamentar, na governação,
tiveram sempre a mão, a participação e o forte engajamento dos jovens e da
mulher.
O MPLA continua verdadeiramente apostado em promover os jovens e a mulher,
tanto no seio do Partido como nas instituições do Estado. Poucos países
valorizam tanto o papel que o jovem e a mulher desempenham na sociedade,
ocupando os mais altos cargos da hierarquia do Partido e do Estado como nós o
fazemos.
O leque de funções ocupadas é grande, vai desde administradoras municipais,
governadoras cujo número acaba de crescer, presidentes dos Conselhos de
Administração de grandes empresas, reitoras de instituições do Ensino Superior,
Ministras, Venerandas Juízas Conselheiras de Tribunais, Presidente da
Assembleia Nacional, Vice-Presidente do Partido e Vice-Presidente da República.
A luta pela emancipação da mulher e pela igualdade do gênero em Angola é um
facto e não apenas uma mera intenção que se esgota em discursos vazios que não
reflectem a realidade. As mulheres angolanas vêm ganhando de forma visível o
seu espaço de influência e participação na nossa sociedade.
Caros Camaradas
Muitos dos nossos jovens angolanos deram provas de estar preparados para
ocupar também importantes funções no aparelho do Partido e do Estado.
Recuemos ao longínquo ano de 1979, quando naquele momento difícil que os
angolanos viviam pela perda do Camarada Presidente António Agostinho Neto e
enfrentando invasões militares de forças externas, o MPLA confiou à direcção
dos destinos do país ao camarada José Eduardo dos Santos, um jovem na altura
com apenas 37 anos de idade.
Vamos, por isso, continuar a apostar nos nossos jovens, prepará-los e
dar-lhes todas as oportunidades de ascenderem até onde suas capacidades
permitirem, inclusive para a assumpção do mais alto posto de Presidente da
República.
Caros Camaradas
Angola vai comemorar no próximo ano os cinquenta anos da sua existência
desde que aos 11 de Novembro de 1975, sob o troar dos canhões da batalha de Kifangondo,
o então Presidente do MPLA, o Dr. António Agostinho Neto, declarou ao mundo a
Independência Nacional de Angola.
Será um ano de festa, de comemorações, mas também de reflexão sobre os
caminhos trilhados nestes cinquenta anos: onde Angola estaria hoje? Quê nível
de desenvolvimento económico e social teria hoje, se não tivéssemos sido
vítimas da Guerra Fria? Com certeza que estaríamos bem longe, bem melhor!
O MPLA vai continuar a trabalhar para Angola e para os angolanos, para o
desenvolvimento e progresso social.
Com as reformas em curso, o combate contra a corrupção, a criação de um
melhor ambiente de negócios, a diversificação da economia, o sucesso do
programa com o Fundo Monetário Internacional, a maior abertura ao mundo, vemos
um futuro risonho para o nosso país, Angola.
Mas para isso, precisamos de manter a unidade e coesão interna do nosso
Partido, combater qualquer tentativa de nos dividir, porque só unidos somos
fortes e em condições de cumprirmos o nosso papel histórico.
Todos somos poucos para a grande empreitada que ainda temos pela frente, a
de fazer de Angola um grande país, com uma economia forte e resiliente.
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