O presidente da UNITA e coordenador da Frente Patriótica Unida, Adalberto Costa Júnior, traçou um quadro sombrio da situação económica e social em Angola que culpou no atual presidente e apelou a ações conjuntas com a sociedade civil para se alterar a situação.
Na mesma ocasião, o líder da UNITA manifestou dúvidas quanto às intensões
do governo angolano em legalizar a Fundação Jonas Savimbi, decisão essa que
descreveu de inquietante.
Costa Júnior socorreu-se de estudos e relatórios de universidades e
instituições internacionais, para aferir que Angola conheceu retrocessos
enormes na vida social, económica e política por causa do que chama governação
desastrosa desde 2017, altura em que tomou o poder no país em substituição de
José Eduardo dos Santos, o actual presidente João Lourenço.
Adalberto Costa Júnior apoiou-se em relatórios do CEIC da Universidade Católica, do relatório do ano passado do Banco Mundial, da Freedom House, organização não governamental norte-americana e do programa alimentar mundial da ONU, para dizer que a situação actual de Angola e dos angolanos é grave.
"Metade da população angolana vive na pobreza, o mesmo relatório indica
que o número de angolanos com fome aumentou para 10 milhões em 2024, a falta de
água e a fome em Angola estão na origem da má nutrição que afecta milhões de
pessoas”, disse.
“ 1,58 milhões de angolanos enfrentaram insegurança alimentar aguda em
2023”, acrescentou Costa Júnior que disse ainda quie
“o último ranking da Freedom House que acompanha a democracia no mundo,
considera Angola um País não livre e não
democrático, em 100 pontos possíveis Angola obteve apenas 28”.
“A proeminência do partido estado sobre as instituições,o carácter republicano da polícia e dos serviços de inteligência e segurança do estado está desvirtuada sistematicamente impondo sobre elas ordens superiores", disse
O coordenador da FPU e presidente da UNITA disse que "tem de haver
reformas políticas urgentes que permitam o desenvolvimento da democracia e do
estado de direito”, subinhando nesse obietivo “ a revisão da constituição para
que o presidente da República seja eleito directamente pelos angolanos e não
atrelado à lista de candidatos a deputados, reformar o estado para despartidarizar
a comunicação social estatal”.
Para o líder da UNITAé preciso ainda garantir “a independência aos órgãos da administração dos processos eleitorais … despartidarizar também o sistema judicial, os órgãos de defesa e segurança com maior realce para os serviços de inteligência e segurança do estado."
Mas para que se chegue a este desiderato, a FPU propõe movimentos de pressão sempre dentro do espírito democrático.
"A FPU conclama as forças vivas da nação, para em conjunto se organize uma
agenda comum visando visando estes objectivos e convida o presidente da
república a associar-se a este esforço nacional, a FPU disponibiliza-se a
empreender acções de pressão diplomáticas em concertação social, para Angola
encontrar um rumo adequado ao seu enorme potencial”, afirmou
Costa Júnior levanta dúvidas sobre Fundação Jonas Malheiro Savimbi
Na conferência de imprensa Adalberto Costa Junior expessou dúvidas quanto à
idoneidade do processo de legalização da Fundação Jonas Malheiro Savimbi .
“Costuma-se dizer que quando a esmola é grande, o pobre desconfia",
disse acrescentando que a fundação foi sempre o objectivo de todas as direcções
da UNITA, mas a forma como foi legalizada pelo presidente da República,
"inquieta"..
“Nós abandonámos a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de
Conflitos Políticos (CIVICOP) devido à instrumentalização deste processo. Quem
manda neste órgão é o Presidente da República, quem legalizou a Fundação Jonas
Malheiro Savimbi foi o Presidente da República. Uma fundação não precisa de
conferências de imprensa", argumentou o líder da UNITA. em referencia à
conferencia de imprensa para anunciar o lanaçmento oficial da fundação em
Agosto.
A posição de Adalberto Costa Júnior contradiz uma declaração anterior de
Evaldo Evangelista, Secretário da Comunicação e Marketing da UNITA, que informou
que a decisão pode ser vista “como um sinal de reconciliação nacional”.
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