Na terra da Politicuslândia, existe uma obra grandiosa e ambiciosa chamada 'A Grande Obra Inacabada'. Esta obra é o projecto político dos governantes, uma mistura de promessas brilhantes e ideais elevadas que, ao longo dos anos, se transforma em uma sátira viva da política.
No centro desta história está o Palácio do Poder, uma construção imponente que simboliza a autoridade e a governação. Os governantes, sempre ávidos por deixar sua marca na história, decidiram iniciar a Grande Obra Inacabada, uma série de projectos monumentais que deveriam elevar a Politicuslândia a novos patamares de prosperidade e desenvolvimento, tornando-o no país mais desenvolvido do continente.
A primeira fase da Grande Obra Inacabada foi a 'Ponte da Promessa', uma pequena ponte que ligaria dois bairros ricos, mas negligenciados. Os governantes prometeram que essa ponte seria o símbolo da conectividade e progresso para aquelas comunidades esquecidas. No entanto, após anos de estudo e construção, com orçamentos exorbitantes, a Ponte da Promessa permanece como uma estrutura inacabada, serve apenas como abrigo para pombos, morcegos e mendigos.
Em seguida, veio o 'Hospital da Esperança', um grande centro de saúde que
deveia atender a todas as necessidades médicas da população. No entanto, a
corrupção e a má gestão transformaram o Hospital da Esperança em um local onde
a esperança é apenas uma palavra vazia. Os pacientes esperam meses por um
atendimento, enquanto os políticos desviam verbas para seus interesses
pessoais.
A terceira Grande Obra Inacabada foi o 'Parque da Prosperidade', um espaço
verde que deveria ser um refúgio para a população em meio ao caos urbano. Mas,
como era de se esperar, o Parque da Prosperidade se tornou um terreno baldio,
abandonado, cercado por tapumes enferrujados e serve de esconderijo para actividades
ilegais.
A ironia da situação não escapa aos olhos atentos do povo, que vê seus
líderes trocarem acusações e promessas vazias enquanto a Grande Obra Inacabada
se arrasta por anos, consumindo recursos públicos sem entregar resultados
concretos. Os artistas de rua criam performances satíricas sobre a obra,
retratam os políticos como palhaços em um circo grotesco.
No ápice, um líder carismático prometeu concluir a Grande Obra Inacabada em
um mandato, o que despertou esperanças renovadas na população. No entanto, ao
final do mandato, a única coisa concluída foi a construção de uma estátua em
tamanho real do próprio líder, erguida no centro do Palácio do Poder como um
monumento à vaidade política.
E assim, a Grande Obra Inacabada permanece como um símbolo da política
falhada e das promessas quebradas, uma obra de arte satírica que ecoa as
frustrações e ilusões de um povo cansado de ser enganado.
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