O Presidente do MPLA, João Lourenço, surpreendeu a direcção do seu partido com a decisão de convocar um congresso extraordinário que, de acordo com pessoas próximas, terá como único propósito eleger o novo presidente do partido, que deverá preparar o MPLA para as eleições de 2027.
Consta que o anúncio feito por Esteve Hilário, secretário do DIP do CC do MPLA, foi produzido às pressas, daí a ambiguidade dos fundamentos nele apresentados. No entanto, para as vozes decisórias do partido, está claro que o Presidente João Lourenço não irá avançar para o terceiro mandato nem se propõe a indicar um candidato para a sua sucessão.
Durante a reunião preliminar que João Lourenço teve com Luísa Damião, Paulo Pombolo, Jú Martins e algumas figuras que compõem o Conselho de Honra do MPLA, o actual Presidente deixou claro que reconhece o momento difícil pelo qual o partido e país atravessam. Após ponderar todas as vias, achou melhor avançar para um congresso extraordinário que permita a eleição de um novo presidente, o qual deverá assegurar o partido e preparar a máquina do MPLA para as eleições de 2027. De acordo com informações extraoficiais, João Lourenço instou os membros da Direcção a criar as condições necessárias para acolher as candidaturas dos camaradas que consideram ter condições para o efeito. Será o Comitê Central a decidir quem deverá sucedê-lo na liderança do MPLA em dezembro deste ano.
A notícia pegou de surpresa a família gloriosa, redefinindo a agenda política do partido e do país para o segundo semestre.
Uma figura de referência e membro do Conselho de Honra do MPLA avançou que os militantes representados pelos delegados ao congresso terão a possibilidade de escolher quem deverá dirigir o partido a partir de 2025. Salientou que é fundamental que o candidato seja um político com experiência no partido, tenha passagem no governo, seja respeitado pela comunidade internacional e, igualmente, seja um patriota e conciliador, pois o maior desafio do MPLA será unir a família e investir na reaproximação com o povo.
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