O jurista Pedro José Daniel lança no próximo sábado, 25 de Maio, no Centro
Cultural de Viana, no Zango – 2, o livro intitulado “O Futuro de África e a
Irrupção da China”, em que o autor levanta vários questionamentos sobre o
futuro do Continente Africano.
Na obra literária a ser lançada a 25 de Maio, Dia de África, o também
advogado, Pedro José Daniel, procura respostas às questões que levanta no livro
sobre se a África tem futuro, bem como que tipo de futuro se augura de África
“se tivermos em conta as actuais dinâmicas do mundo e o modo da sua inserção
nas mesmas?”.
Segundo o jurista, os povos africanos “praticamente nunca assumiram as rédeas sobre o seu destino”, pois na sua visão, “há interferências tanto de uma potência quanto de outra”, e isso de acordo ainda com o docente universitário, “tem de certo modo dificultado as transformações tanto econômicas e políticas, que tanto africanos precisam para melhorar as suas condições existenciais”.
O autor procura ainda entender se constitui a emergência da nova China no mundo, em especial nos países africanos uma janela de oportunidades ou o inaugurar de um novo ciclo de exploração e dependência.
“Será que a emergência da China em África pode ser vista como chave para a solução dos múltiplos e crônicos problemas que enfermam os países africanos?”, lê-se ao decorrer as páginas da obra: “O Futuro de África e a Irrupção da China”.
Pedro José Daniel questiona igualmente os pacotes de financiamento e investimento chineses nos países africanos, o que para o autor pode se tratar de uma armadilha. “Se, sim, de quê armadilha se trata e como contornar ou livrar-se da mesma? É esta armadilha uma invenção chinesa?”, questiona.
No livro de 300 páginas, o jurista vai a o fundo da questão referindo-se sobre o que estará a suceder aos países africanos que teriam contraído empréstimos à China, “mas que não os conseguem reembolsar, nem pagar os juros e comissões nos prazos, termos e condições estabelecidos nos contratos?”.
Procura saber como e onde foram aplicados os empréstimos chineses concedidos aos países africanos. “Dito de outro modo, o que é que os governos africanos fizeram com dinheiro resultante dos empréstimos contraídos à China?”, bem como “que relação se pode estabelecer entre os referidos empréstimos, sua aplicação e a qualidade de vida de milhões de cidadãos africanos?”.
Para o advogado Pedro José Daniel as “amargas” experiências históricas dos povos africanos, em relação à colonização e escravidão árabe e européia, é ou não legítimo questionar se a penetração da China em África suscita ou não problemas de soberania e, por conseguinte, de defesa e segurança estratégicas para os países africanos? “Caso a resposta seja afirmativa, qual deve ser a postura africana?”.
“Será que a China se manterá sempre fiel à sua política interna e externa pacifista, mesmo que por hipótese, ascenda ao estatuto de superpotência, substituindo-se aos EUA?”, volta a questionar, para quem “é expectável que um país que ambiciona ascender ao estatuto de superpotência mundial adopte sempre políticas pacifistas? Constitui este o modo de ser das potências e superpotências?”.
No rolo das inquietações, o livro procura encontrar caminhos para como reverter a pirâmide invertida dos africanos durante as longas noites coloniais e neo-coloniais árabe e euro-atlântica.
Por isso, para o jurista e autor do livro, não faz sentido que os países africanos não invistam numa arquitectura de defesa e segurança estratégica e holística, de nível continental, num mundo caracterizado por novos medos e ameaças.
“Qual é a fonte para tamanha obediência e subserviência da maioria dos líderes africanos aos povos eurasiáticos”, escreve Pedro José Daniel, que volta a questionar: “Quais são os lugares de África, da Rússia, do ocidente e da Índia na nova arquitectura de poder desencadeada pelo surgimento da moderna China no xadrez internacional?”.
No cardápio da obra ‘‘O FUTURO DE ÁFRICA E A IRRUPÇÃO DA CHINA’’ do professor, jurista e também advogado, Pedro José Daniel, consta ainda outros questionamentos como: “Que devem os países africanos fazer para saírem da letargia multisectorial e multifuncional 50 a 60 anos após a proclamação das suas independências?”.
“Está a África preparada para a eventualidade da reedição de cataclísmos coloniais e de escravidão? Como se explica que um continente prendado pela natureza com inúmeros recursos naturais como o africano, desfilem nos seus territórios, os maiores miseráveis do planeta terra?”
E, finalmente, o autor questiona se pode ser possível defender África na sua totalidade fora dos quadros de referência traçados pelos pan-africanistas.
O autor apela aos “amantes” da leitura a adquirirem a obra, cuja apresentação pública será no sábado, 25 de Maio, no Centro Cultural de Viana, no Zango – 2, em Luanda.
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