Com apoio do BAD e da União Europeia, o “Projeto Crescer” vai investir mais de 124 milhões de dólares até 2029 para gerar empregos e promover o empreendedorismo entre jovens angolanos.
O Governo angolano lançou esta segunda-feira um projeto para a criação de mais de 37.000 empregos para jovens, orçado em 124,6 milhões de dólares e financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pela União Europeia (UE).
O projeto de emprego para jovens em Angola, denominado “Projeto Crescer”, no
valor superior a 106 milhões de euros, é uma iniciativa intersetorial tutelada
pelo Ministério do Planeamento de Angola, que visa promover o emprego juvenil
através do empreendedorismo e da expansão das micro, pequenas e médias
empresas.
A iniciativa, direcionada para jovens entre os 15 e os 35 anos, dos quais
pelo menos 50% devem ser mulheres e que será desenvolvido em 11 províncias
angolanas entre 2025 e 2029, propõe-se igualmente estimular as “startups” e
desenvolver competências dos jovens inseridos nos setores da agricultura,
aquicultura, transportes e energias renováveis.
Entre as metas do projeto está a criação de 37.430 postos de trabalho diretos, a geração de cerca de 112.290 postos de trabalho indiretos, a dotação de 97.569 jovens de competências digitais e capacitação nas áreas da agricultura e dos transportes, bem como a aceleração do desenvolvimento de 10.400 micro empresas em atividade.
O “Projeto Crescer” tem um custo total de 124,68 milhões de dólares, ou seja, o
Governo angolano vai investir cerca de 29,06 milhões de dólares, o BAD 79,08
milhões de dólares e a UE com 16,08 milhões de dólares, estimando-se ainda uma
contribuição do setor privado no valor de 460 mil dólares.
Apoiar o desenvolvimento de 385 micro, pequenas e médias empresas (MPME) e
de 97 “startups”, reforçar a capacidade de 40 organizações de apoio às empresas
e a injeção de até 15 milhões de dólares para o financiamento de MPME e
“startups” são outras metas do projeto.
O ministro do Planeamento de Angola, Victor Hugo Guilherme, considerou, na
ocasião, que o “Projeto Crescer” surge com o objetivo de promover o emprego
digno para a juventude angolana, assegurando a igualdade do género, priorizando
o empreendedorismo e a expansão da atividade das MPME.
De acordo com o ministro angolano, o lançamento deste projeto “atesta o firme compromisso do executivo com a geração de emprego digno”, por via do reforço da sinergia entre os setores público, parcerias multilaterais para o desenvolvimento, atores privados e sociedade civil.
Assinalou também que a iniciativa “evidencia a robustez” da parceria
estratégica entre o Governo de Angola, o BAD e a UE, “promotora da capacitação
e do desenvolvimento de competências dos jovens, tornando-os desta forma mais
aptos à inserção no mercado de trabalho“.
“O Projeto Crescer constitui um investimento no futuro de Angola pela
aposta na modernização das instituições de ensino, reforço de incubadoras e na
aproximação entre o setor privado e a juventude, promovendo oportunidades
sustentáveis de crescimento”, disse ainda Victor Hugo Guilherme.
Rosário Bento Pais, embaixadora da União Europeia em Angola, destacou, por
sua vez, as ações e investimentos do bloco europeu na formação e capacitação do
capital humano em Angola, dando nota que um novo programa de apoio ao ensino
técnico e a formação profissional será lançado no início de 2026.
O objetivo principal do Projeto Crescer é promover a empregabilidade e o
empreendedorismo entre os jovens em setores como a agricultura, transporte,
energia renovável e tecnologia digital.
A iniciativa governamental será concretizada nas províncias de Luanda,
Huila, Huambo, Benguela, Cabinda, Cuanza Sul, Bié, Malanje, Icolo e Bengo,
Moxico e Moxico Leste.
Segundo das autoridades, as regiões foram selecionadas com base em
critérios como progressos realizados no âmbito dos programas emblemáticos do
Governo, zonas ago-ecológicas de elevado potencial atravessado pelo Corredor do
Lobito, proximidade de instituições de formação e outros.
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