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FALTA DE PRIORIDADES NO USO DE DINHEIROS PÚBLICOS

  O Ministério da Saúde poderá expender 721 mil dólares norte-americanos na compra de sete viaturas. Uma delas será de modelo SUV, marca Lexus e vai custar aos cofres do Estado angolano a “módica” quantia de 209 mil dólares norte-americanos.

O facto, em si, constitui um insulto aos médicos, enfermeiros e demais profissionais da Saúde a seringa em punho e estetoscópio ao pescoço, dão o seu melhor nos hospitais e postos de saúde espalhados em todo território nacional. São heróis de verdade. Heróis de todos nós. Heróis do nosso quotidiano. é (desnecessária) a compra de viaturas de luxo pelo Ministério da Saúde será a manifestação clara da fria indiferença do Executivo face à situação social e econômica vigente no País. Será um deboche ao cidadão-eleitor.

A notícia da compra de viaturas é revelada pelo “Novo Jornal”. Até ao momento não foi desmentida. Ora, se não forem desmentida, só há uma conclusão categórica a que se pode chegar: é que a informação é, escandalosamente,   verdadeira. Considero descabida e inoportuna a aquisição das referidas viaturas. Estimo ser um assunto incrivelmente problemático.  Deveria convocar a indignação de toda a sociedade angolana. Há, no País, hospitais sem antiretrovirais, antipaludicos e sequer água corrente. Muitos pacientes têm ido a óbito por essa razão.

A titular da Saúde é uma estróina e excessivamente abusada. Ela é a evidência da falta de parcimônia da gestão do erário. O TPE deveria chamá-la à razão por falta de senso de  “custo de oportunidade” e da sua mui contestada gestão à testa do Ministério da Saúde.

A ministra da Saúde leva muito a sério a teoria segundo a qual um carro é, acima de tudo, uma questão de status e de poder. Mentalidade de pobre. Pensamento de gente moralmente pobre e eticamente vazia escolhida, a dedo, para colaboradora do TPE.

 É hora de se acabar - de uma vez por todas - com a ideia de que para se ser gente com alguma dignidade, em Angola, é preciso ter bólides “topo de gama”. Há directores nacionais e ministros que têm frotas de automóveis nos seus quintais avaliadas em aproximadamente dois milhões de dólares.

 Ao TPE ainda deverá restar alguma réstia de decência, algum opróbrio, bom-senso, decoro e deferência pelo cidadão-eleitor e contribuinte. E se assim é, e se tiver ciência das prioridades no uso dos dinheiros públicos, estou certo e seguro que o mesmo terá o imperioso desembaraço de colocar um ponto final à “cazucuta-dança” da ministra da Saúde, a começar pela suspensão da compra das viaturas de luxo que o referido departamento ministerial pretende adquirir.

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