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Efectivos da Polícia atropelam mortalmente homem de 46 anos no Lubalo

 Um cidadão de 46 anos, que em vida respondia pelo nome de Adriano Eugénio, foi atropelado mortalmente nesta quinta-feira, 21, por agentes da Polícia de Trânsito e de Ordem Pública, no município do Lubalo, província diamantífera da Lunda-Norte.

Segundo testemunhas que presenciaram o cenário, contaram ao portal O Decreto que, tudo aconteceu quando dois agentes da corporação um regulador de trânsito e outros de ordem pública, abordaram um motoqueiro para que parasse na barricada montada na via pública para o efeito, e não obedecendo, o mesmo que se fazia transportar de um “pendura” terá ultrapassado o posto policial, facto que motivou a perseguição dos agentes da ordem.

Os dois efectivos que se faziam transportar de uma motorizada de três rodas (vulgo kupapata), embateu atrás da motorizada de duas rodas que estava a ser perseguida, e ao cair passou por cima do pendura que fracturou toda a perna esquerda conforme a imagem ilustra, mas o condutor da moto sobreviveu à pancada tendo apenas sofrido algumas escoriações no corpo.

Após o atropelamento, os populares tentaram socorrer a vítima que se encontrava gravemente ferida para o Hospital Geral de Saurimo, por ser mais próximo em relação à cidade do Dundo, mas a tristeza dos familiares, Adriano Eugénio morreu pelo caminho nas imediações do Bairro Kupassa, antes mesmo de ter chegado à unidade sanitária.

“Os familiares ainda levaram-no até ao hospital municipal de Lubalo, para receber os primeiros socorros, entretanto posto lá, os médicos ao ver a gravidade do paciente, emitiram uma guia de urgência para que fosse socorrido no Hospital Provincial da Lunda-Sul, enquanto caminhavam, horas depois morreu pelo caminho”, relataram a este portal algumas das testemunhas.

O portal O Decreto apurou que o cidadão (vítima mortal), saía do Bairro Saluimbi, arredores do município do Lubalo, onde terá deixado a esposa gravemente doente e que precisava de socorro dos familiares, e devido a avaria da motorizada em que seguia, solicitou a boleia a um amigo, mas postos nas proximidades da sede do município encontraram uma barricada da Polícia Nacional.

Entretanto, após o sucedido, os familiares e demais populares que teriam presenciado o incidente, se revoltaram e levaram o corpo ao Comando Municipal da Polícia Nacional do Lubalo, para que se responsabilizasse pelo crime cometido e ao mesmo exigindo que se faça justiça.

Em função da morte de Adriano Eugénio, o clima tornou-se tenso na vila do Lubalo, na Lunda-Norte, facto que obrigou a presença da sede do município com agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), com vista a manter a ordem e tranquilidade públicas.

A vítima, que deixa viúva e seis filhos, foi enterrada neste sábado, 23, num dos cemitérios do Lubalo num clima de muito tumulto entre a polícia local e a população enfurecida pela morte do cidadão.

“Como medida preventiva, fizeram muitos disparos no acto do funeral, os mesmos agentes lançaram gás lacrimogéneos que intoxicou os populares que participaram do enterro”, contou um dos membros da família, que preferiu o anonimato.

Os activistas e defensores dos direitos humanos na Lunda-Norte pedem ao comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Manuel Carlos e ao comandante provincial, com vista a responsabilização civil e criminalmente dos efectivos supostamente implicados no crime.

Apelam igualmente ao fim das mortes selectivas dos cidadãos nas minas de diamantes, “pois pedimos que levem diamantes, os rios, terras com diamantes e deixem a população viva”.

Tentamos sem sucesso ouvir o Comando Municipal da Polícia Nacional no Município de Lubalo, na Lunda-Norte.

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