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DIÁLOGO À MESA REDONDA SOBRE OS DESAFIOS DAS MULHERES MUÇULMANAS

 A Governo Central do Conselho Islâmico de Angola (CONSIA), manteve neste Domingo, 17 de Março, o segundo encontro para abordar a situação das mulheres Muçulmanas em Angola.

 Diferente do primeiro encontro aberto às mulheres em geral no pretérito dia 25 de Fevereiro, no salão de eventos do Complexo do Zango 0, onde foram auscultadas e anotados as diversas preocupações que afligem as mulheres Muçulmanas, este segundo encontro foi realizado à mesa redonda e somente com as mulheres  responsáveis de vários grupos organizados afecto à algumas Mesquitas de Luanda e líderes de algumas associações femininas.

Neste encontro, a Direcção do CONSIA apresentou algumas medidas resolutivas para se mitigar os efeitos negativos dos principais factores que afectam a mulher Muçulmana, nomeadamente:

1. A dinamização da Direcção Nacional da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, cujo despacho de nomeação será exarado nos próximos dias, com atribuições e orientações voltadas à maior intervenção à assistência efectiva às famílias, tendo em consideração que são elas os núcleos sustentáculos da Comunidade.

2. A efectivação da Comissão de Ética e Disciplina Comunitária, com atribuições de um contencioso que servirá para mediar e dirimir os conflitos conjugais, interpessoais e manter a disciplina e a ética no seio dos Muçulmanos nos termos do código de conduta Islamicamente aplicáveis.

3. A institucionalização do Cartório Islâmico para prover, registar, supervisionar e autenticar a realização dos Casamentos, divórcios, registos de natalidade, mortalidade, etc.

4. Criação de programas para potencializar as mulheres no capítulo da formação Islâmica, profissional e do ensino secular, etc.

Em relação às polêmicas nas redes sociais, os responsáveis da Direcção lamentaram o facto de algumas muçulmanas insistirem em seguir ou responderem o cidadão que atende pelo nome de Kakambo Simão, conhecido pelas suas declarações polêmicas contra a presença do Islão em Angola. O CONSIA lembrou que a denúncia contra este cidadão deve dar entrada dentro dentro de dias junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) por graves calúnias e incitamento ao ódio contra os Muçulmanos em rede pública, previsto e punível nos termos do número 1 do artigo 380° do Código Penal vigente.

As responsáveis presentes nesta reunião defendem maior organização dos grupos femininos afectos às Mesquitas, promovendo encontros periódicos para transmissão de conhecimento e experiências religiosas e não só;

Aisha Laura, apelou que haja maior rigor da parte dos Imames em identificar as famílias antes da realização de qualquer casamento, evitando aqueles casamentos secretos e estranhos à luz da shari'ah (lei islâmica);

A responsável Aminata Martins, sugere a necessidade de capacitação das mulheres que integrarão a Comissão de Ética e Disciplina para maior qualidade na realização de suas tarefas e defende ainda que os responsáveis das Comunidades Expatriadas desenvolvam mais  acções visando a correcção da conduta de algumas mulheres expatriadas quando estão em contacto com as ruas, desde o uso correcto do Hijab e o evitar de uso de cabelos postiços, unhas e extravagâncias em festas, indo à margem do que o Islām orienta, e acredita que muitas mulheres estão sendo influenciadas por causa disso.

Amélia Cissé realçou sobre a praticidade destas medidas com paciência, humildade.

Já a mamã Halima Madalena, responsável pelas mulheres muçulmanas no Zango, aponta a desobediência às líderes como um grande mal e acredita que a aproximação do CONSIA será de grande apoio para a realização de suas tarefas como líder.

Aminata Yoko, da Mesquita do Balumuca (Cacuaco), salientou que neste desafio, a líderes das Associações não devem ser deixadas de parte;

O responsável pela Comunicação Institucional do CONSIA - Anass de Carvalho, defende que as organizações Muçulmanas estreitam suas relações com as autoridades angolanas no sentido de proteger as cidadãs angolanas que vivem no estrangeiro;

O Director pelas Finanças - Bary Abbass, corrobora com a ideia de colaboração com as instituições do Estado e defende maior diálogo com estes sobre diversos assuntos que afectam a humanidade em geral.

No final, Ahmad Nlandu, lembrou que este compromisso é uma responsabilidade do colectivo e que haja conjugação de esforços para contrapor a situação nada abonatória e pede a efectiva colaboração de todas as organizações.

O presidente da Mesa, o Amir Altino Miguel ('Oumar), Presidente do CONSIA, agradeceu pela contribuição e referiu que o CONSIA continua aberto para estreitar a parceira com qualquer organização que se preocupa com os assuntos da Comunidade e deu por encerrado o encontro, lembrando que haverá mai diálogos a serem promovidos neste sentido.

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