A Governo Central do Conselho Islâmico de Angola (CONSIA), manteve neste Domingo, 17 de Março, o segundo encontro para abordar a situação das mulheres Muçulmanas em Angola.
Neste encontro, a Direcção do CONSIA apresentou algumas medidas resolutivas para se mitigar os efeitos negativos dos principais factores que afectam a mulher Muçulmana, nomeadamente:
1. A dinamização da Direcção Nacional da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, cujo despacho de nomeação será exarado nos próximos dias, com atribuições e orientações voltadas à maior intervenção à assistência efectiva às famílias, tendo em consideração que são elas os núcleos sustentáculos da Comunidade.
2. A efectivação da Comissão de Ética e Disciplina Comunitária, com atribuições de um contencioso que servirá para mediar e dirimir os conflitos conjugais, interpessoais e manter a disciplina e a ética no seio dos Muçulmanos nos termos do código de conduta Islamicamente aplicáveis.
3. A institucionalização do Cartório Islâmico para prover, registar, supervisionar e autenticar a realização dos Casamentos, divórcios, registos de natalidade, mortalidade, etc.
4. Criação de programas para potencializar as mulheres no capítulo da formação Islâmica, profissional e do ensino secular, etc.
Em relação às polêmicas nas redes sociais, os responsáveis da Direcção lamentaram o facto de algumas muçulmanas insistirem em seguir ou responderem o cidadão que atende pelo nome de Kakambo Simão, conhecido pelas suas declarações polêmicas contra a presença do Islão em Angola. O CONSIA lembrou que a denúncia contra este cidadão deve dar entrada dentro dentro de dias junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) por graves calúnias e incitamento ao ódio contra os Muçulmanos em rede pública, previsto e punível nos termos do número 1 do artigo 380° do Código Penal vigente.
As responsáveis presentes nesta reunião defendem maior organização dos grupos femininos afectos às Mesquitas, promovendo encontros periódicos para transmissão de conhecimento e experiências religiosas e não só;
Aisha Laura, apelou que haja maior rigor da parte dos Imames em identificar as famílias antes da realização de qualquer casamento, evitando aqueles casamentos secretos e estranhos à luz da shari'ah (lei islâmica);
A responsável Aminata Martins, sugere a necessidade de capacitação das mulheres que integrarão a Comissão de Ética e Disciplina para maior qualidade na realização de suas tarefas e defende ainda que os responsáveis das Comunidades Expatriadas desenvolvam mais acções visando a correcção da conduta de algumas mulheres expatriadas quando estão em contacto com as ruas, desde o uso correcto do Hijab e o evitar de uso de cabelos postiços, unhas e extravagâncias em festas, indo à margem do que o Islām orienta, e acredita que muitas mulheres estão sendo influenciadas por causa disso.
Amélia Cissé realçou sobre a praticidade destas medidas com paciência, humildade.
Já a mamã Halima Madalena, responsável pelas mulheres muçulmanas no Zango, aponta a desobediência às líderes como um grande mal e acredita que a aproximação do CONSIA será de grande apoio para a realização de suas tarefas como líder.
Aminata Yoko, da Mesquita do Balumuca (Cacuaco), salientou que neste desafio, a líderes das Associações não devem ser deixadas de parte;
O responsável pela Comunicação Institucional do CONSIA - Anass de Carvalho, defende que as organizações Muçulmanas estreitam suas relações com as autoridades angolanas no sentido de proteger as cidadãs angolanas que vivem no estrangeiro;
O Director pelas Finanças - Bary Abbass, corrobora com a ideia de colaboração com as instituições do Estado e defende maior diálogo com estes sobre diversos assuntos que afectam a humanidade em geral.
No final, Ahmad Nlandu, lembrou que este compromisso é uma responsabilidade do colectivo e que haja conjugação de esforços para contrapor a situação nada abonatória e pede a efectiva colaboração de todas as organizações.
O presidente da Mesa, o Amir Altino Miguel ('Oumar), Presidente do CONSIA, agradeceu pela contribuição e referiu que o CONSIA continua aberto para estreitar a parceira com qualquer organização que se preocupa com os assuntos da Comunidade e deu por encerrado o encontro, lembrando que haverá mai diálogos a serem promovidos neste sentido.
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