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Reflexões sobre a Ridicularização e Caricaturização da Deficiência na Troca de ‘farpas’ entre Miguel Buíla e Kotingo

Troca de "farpas",  entre Miguel Buila,  e o humorista Kotingo, dão conta  que eles eventualmente terão considerado mero exercício de "humor", mas para mim não passa de uma "brincadeira" de mau gosto.

O humorista Kotingo teria manifestado espanto por ontem vi o Buila a dançar arrasta esse Pé, e o cantor gospel Buíla respondeu na mesma linha ("humor"), "Dá gosto saber que você é o único nesse mundo que consegue me aplaudir só com UMA MÃO”.

Uma parada e resposta que está a entreter aos muitos seguidores dos mesmos, como, se calhar, ambos esperava, sem pensar no alcance além do óbvio, das suas tiradas.

Dito de outro modo, o que essas figuras públicas protagonizaram foi a RIDICULARIZAÇÃO E CARICATURIZAÇÃO da deficiência, de resto, uma atitude recorrente na sociedade angolana, fazendo-se passar por "humor".

Se por um lado é repugnante que qualquer pessoa desrespeite  o outro pelo simples facto de ser diferente, por outro é pior, por isso condenável, quando é a própria pessoa com deficiência que promove essa atitude capacitista.

A ridicularização e caricaturização da deficiência, como observado no caso do músico Miguel Buila e do humorista Kotingo, é prejudicial à luta pela inclusão e ao respeito pelas pessoas com deficiência.

Essas atitudes perpetuam estereótipos prejudiciais, minando os esforços para promover uma sociedade mais inclusiva.

Em vez de contribuir para um ambiente de respeito e compreensão, tais representações caricatas podem reforçar preconceitos e desafiar os esforços contínuos do activismo em prol das pessoas com deficiência.

A cena protagonizada por esses profissionais de cultura, muita querida e apreciada em Angola e fora das nossas fronteiras, acaba por dar legitimidade às outras pessoas.

É crucial reconhecer a responsabilidade que figuras públicas têm ao moldar a percepção da sociedade, promovendo uma narrativa que celebre a diversidade e respeite a individualidade de cada pessoa, independentemente das suas habilidades.

A verdadeira inclusão começa com a aceitação e o respeito mútuo, desafiando noções ultrapassadas e contribuindo para um mundo mais compassivo e igualitário.

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