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Antigos sobriviventes do massacre da Baixa de Kassange clamam por reconhecimento

 João Muanha, 76, conta que deixou cartas no governo provincial de Malanje, na administração do Quela e nos ministérios da Administração do Território e da Cultura, Hotelaria e turismo, mas até agora não obteve qualquer resposta.

Por: Inácio Cândido

Mais de cem antigos filhos e sobriviventes do massacre da Baixa de Kassange, ocorrido a 4 de Janeiro de 1961, em Malanje continuam a clamar por reconhecimento das autoridades angolanas. O grupo liderado pelo João Muanha escreveu ao ministro da cultura, turismo e hotelaria, Filipe Nzau, mas até agora continua a fazer ouvidos de marcador.

Em declarações a este portal, conta que apesar da idade a sua luta vai continuar diante as autoridades, para o devido reconhecimento e que as novas gerações saibam, o que realmente aconteceu em 1961 nesta zona de Malanje. “A minha luta começou em 2007 para o reconhecimento de uma vida digna aos filhos e antigos sobriviventes”.

João Muanha, 76 anos, diz que tem havido deturpação das pessoas e dos historiadores sobre as verdadeiras razões que levaram o massacre de vários angolanos, nesta região do país. O sobrevivente, revela que não foi por causa do algodão que ocorreu o massacre, mas os nativos não queriam mais sujeitar as ordens dos brancos, alegando que pretendiam outro rei após a morte de Ngola Kiluanje Kia Samba. “Estas foram as razões que levaram os brancos a retalhar os nativos da Baixa da Kassange”, conta.

Igualmente sublinha, que Kunda dia Base não era um município, mas um local, onde as pessoas faziam o comércio. “Presenciei o meu tio a ser enterrado vivo pelos brancos”, assevera.

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