O caso, registrado sob o número 2907/23-12, teve início no Departamento de Luta Contra Corrupção, 8º andar do SIC Kinaxixi, e chegou ao tribunal no dia 10 de outubro de 2023, com o ofício Nº 3002/023-C. A Procuradoria-Geral da República (PGR) da 5ª secção do Tribunal dona Ana Joaquina notificou o queixoso no dia 27 de outubro de 2023, para comparecer em 30 de outubro de 2023, levando consigo documentos já entregues no início do processo.
O queixoso, ao comparecer no tribunal, percebeu uma certa apreensão por parte
do magistrado, que recusou os documentos solicitados e leu apenas dois trechos
do relatório do Instituto de Gestão de Ativos e Estrangeiros (IGAE), a pedido
do queixoso. Ao final, o magistrado informou que devolveria o processo com
urgência ao SIC, e que o queixoso seria notificado por eles posteriormente.
Desde a entrada do processo, surgiram sinais de corrupção, levando o queixoso a
informar o Diretor Nacional da Luta Contra Corrupção, que tomou medidas
urgentes e drásticas, incluindo a substituição do instrutor do processo. O
queixoso acredita que documentos comprometedores foram retirados do processo
com a intenção de favorecer Pedro Paca.
Em declarações ao IGAE, Orlando Paca, lamentou desconhecer muitos detalhes, referindo-se ao despacho.
Na sequência do quadro de desgovernação que se estava a assinalar no
ministério, a Secretária Geral do Ministério da Economia e Planeamento, Tânia
de Carvalho, terá tomado proveito da situação, ordenando a um alegado primo a
se deslocar a uma oficina ligada ao ministério no município de Viana para
retirar viaturas do Estado. A Polícia Nacional no Município de Viana produziu
um relatório da ocorrência há dois meses.
O ministério da economia e planeamento tem direito a um plafond de cerca de 20
milhões de kwanzas alocados num cartão multicaixa para gestão de despesas
correntes do gabinete do ministro. Desde que assumiu o poder, o ministro
Caetano passou a ter em mãos o referido cartão bancário, que, por norma,
conforme também faziam os seus antecessores, eram controlados pelo titular da
secretaria geral do ministério. Ultimamente, o cartão bancário do ministério
ficou nas mãos da sua esposa.
O ministro foi igualmente reportado como frequentador do mussulo aos fins de
semana junto com os amigos e remetia para o ministério todas as despesas de
consumo feitas em grupo.
Imputam-lhe também outras práticas de improbidade, como dedicação com invenção
de pagamentos para serviços não realizados. O caso mais sonante terá sido a
ordem de pagamento para alegada montagem de gradeamento para os mercados
tutelados pelo ministério. Já no ano passado, circulava no ministério que o
mesmo teria ordenado o pagamento de 70 milhões de kwanzas para um trabalho de consultoria
a uma empresa ligada a um amigo. Os funcionários do ministério levantaram
suspeitas de que o referido pagamento foi um artifício criado para apropriação
de fundos públicos.
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