O director-geral de Produção da CSC, Wilton de Oliveira, disse que os comboios do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) estão a transportar a produção do Cuchi para o Porto do Namibe, onde já estão armazenadas cerca de duas mil toneladas de ferro gusa, aguardando o carregamento no navio.
A Companhia Siderúrgica do Cuchi, inaugurada
oficialmente no dia 31 de Agosto deste ano, produz uma média diária de 180 a
200 toneladas de ferro gusa.
"Neste momento, estamos a fazer o stock no Porto
do Namibe para se fazer o carregamento no navio até Março do próximo ano”,
disse.
No mês passado, a CSC realizou a sua primeira exportação de 19.400 toneladas de ferro gusa, negociada com a empresa inglesa Tranding que se responsabiliza pela venda da matéria-prima em diferentes mercados internacionais.
Arrecadação
O preço do ferro gusa nos mercados internacionais
ronda os 390 dólares por tonelada, sendo que a Companhia Siderúrgica
do Cuchi espera arrecadar mais de oito milhões de dólares.
Face ao aumento da procura, a CSC projecta exportar,
anualmente, cerca de 100 mil toneladas de ferro gusa para os principais
mercados internacionais, permitindo arrecadar mais de 60 milhões de dólares.
Wilton de Oliveira explicou que o ferro gusa é muito
procurado devido a sua importância nas indústrias internacionais que usam a
referida matéria-prima para o fabrico de carros, armamento, frigoríficos, entre
outros equipamentos, assim como varões e tubos para a construção ou
reabilitação de imponentes infra-estruturas.
Aumento da produção
A empresa perspectiva, para o próximo ano, o aumento
da produção e o arranque da montagem da segunda unidade fabril que terá uma
capacidade para produzir cerca de 400 toneladas de ferro gusa por dia .
Segundo Wilton de Oliveira, a intenção da CSC é
ampliar os negócios para que haja maior arrecadação de receitas e também
aumento de postos de trabalho, sobretudo para a juventude da província do
Cuando Cubango e em geral do país.
Actualmente, a Companhia Siderúrgica do Cuchi conta
com 239 trabalhadores na unidade fabril de produção de ferro gusa, 1.300 no
fabrico de carvão e 60 na mina do Cutato, onde é extraído o minério.
Com a entrada em funcionamento da segunda unidade
fabril prevista para o próximo ano, a CSC prevê produzir diariamente 600
toneladas de ferro gusa e contar com um número de mais de 2.500 funcionários.
Para a construção da primeira fase da Companhia
Siderúrgica do Cuchi, foram gastos cerca de 90 milhões de dólares e o projecto
está implantado numa área total de 62.500 hectares, onde a parte fabril ocupa
2.500 hectares e os restantes 60 mil hectares estão destinados a silvicultura,
com plantio de eucaliptos e aproveitamento do material lenhoso, garantindo
assim a sustentabilidade do ambiente.
Wilton de Oliveira salientou que a CSC continua a
fornecer o minério fino do ferro gusa e escória à Cimangola, matérias-primas
que são usadas com outros produtos para o fabrico de cimento.
Fez saber que desde o ano passado, a Companhia
Siderúrgica do Cuchi forneceu à Cimangola cerca de 80 mil toneladas de minério
fino de ferro gusa e quatro mil toneladas de escória.
O director-geral de Produção da CSC garantiu que a sua
instituição tem stock suficiente de minério fino do ferro gusa e escória, para
fornecer à Cimangola e outras empresas interessadas, uma vez que a mina do
Cutato, que dista a 60 quilómetros da sede municipal do Cuchi ,tem uma
capacidade de exploração de 50 anos.
Reflorestamento
A Companhia Siderúrgica do Cuchi trabalha, também, no
processo de plantio, sendo que a meta deste ano é de plantar 300 mil mudas de
eucaliptos, sendo que até ao momento, já foram plantadas mais de 50 mil
árvores.
"Esta é uma árvore que traz vários benefícios em
relação ao processo de produtividade, e consequentemente a mais indicada para o
plantio, tendo em vista que dentro de cinco anos, vamos estar a cortar os
eucaliptos que estamos a plantar neste momento”, disse.
Wilton de Oliveira assinalou que para este ano a
Companhia Siderúrgica do Cuchi tem como estimativa explorar uma área de 10 mil
hectares de árvores e trabalhar no reflorestamento da mesma zona.
Destacou que a intenção da CSC é repovoar sempre as
áreas de exploração de madeira para o fabrico de carvão, no sentido de se
acautelar a desflorestação que pode causar alguns fenómenos naturais, com
realce para o aquecimento, estiagem e outros males que prejudicam a vida dos
seres humanos no planeta terra.
Activos importantes
No encerramento da jornada de revitalização,
transportação e exportação, minério de ferro e rochas ornamentais
que decorreu no início deste mês na cidade de Menongue, a vice-governadora do
Cuando Cubango para o Sector Político, Social e Económico, Helena Chimena,
afirmou que ficou provado que a existência de recursos minerais, como o ferro
gusa e rochas ornamentais, e infra-estruturas ferroviárias do CFM e do Porto do
Namibe, constitui activos importantes para o desenvolvimento económico e
sustentável na região Sul.
Salientou que a jornada permitiu ainda reflectir sobre
as medidas de facilitação para a transportação e exportação dos minerais e
rochas ornamentais produzidas nas províncias do Cuando Cubango, Huíla, Cunene e
Namibe.
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