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Siderúrgica do Cuchi prepara 25 mil toneladas de ferro gusa para exportar


A Companhia Siderúrgica do Cuchi (CSC), na província do Cuando Cubango, está a preparar 25 mil toneladas de ferro gusa para a segunda exportação, até a primeira quinzena de Março de 2024, tendo em vista o aumento da procura da matéria-prima, nos principais mercados internacionais, nomeadamente América, Europa e Ásia.

O director-geral de Produção da CSC, Wilton de Oliveira, disse  que os comboios do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) estão a transportar a produção do Cuchi para o Porto do Namibe, onde já estão armazenadas cerca de duas mil toneladas de ferro gusa, aguardando o carregamento no navio.

A Companhia Siderúrgica do Cuchi, inaugurada oficialmente no dia 31 de Agosto deste ano, produz uma média diária de 180 a 200 toneladas de ferro gusa.

"Neste momento, estamos a fazer o stock no Porto do Namibe para se fazer o carregamento no navio até Março do próximo ano”, disse.

No mês passado, a CSC realizou a sua primeira exportação de 19.400 toneladas de ferro gusa, negociada com a empresa inglesa Tranding que se responsabiliza pela venda da matéria-prima em diferentes mercados internacionais.

Arrecadação

O preço do ferro gusa nos mercados internacionais ronda os 390 dólares por tonelada, sendo  que a Companhia Siderúrgica do Cuchi espera arrecadar mais de oito milhões de dólares.

Face ao aumento da procura, a CSC projecta exportar, anualmente, cerca de 100 mil toneladas de ferro gusa para os principais mercados internacionais, permitindo arrecadar mais de 60 milhões de dólares.

Wilton de Oliveira explicou que o ferro gusa é muito procurado devido a sua importância nas indústrias internacionais que usam a referida matéria-prima para o fabrico de carros, armamento, frigoríficos, entre outros equipamentos, assim como varões e tubos para a construção ou reabilitação de imponentes infra-estruturas.

Aumento da produção

A empresa perspectiva, para o próximo ano, o aumento da produção e o arranque da montagem da segunda unidade fabril que terá uma capacidade para produzir cerca de 400 toneladas de ferro gusa por dia .

Segundo Wilton de Oliveira, a intenção da CSC é ampliar os negócios para que haja maior arrecadação de receitas e também aumento de postos de trabalho, sobretudo para a juventude da província do Cuando Cubango e em geral do país.

Actualmente, a Companhia Siderúrgica do Cuchi conta com 239 trabalhadores na unidade fabril de produção de ferro gusa, 1.300 no fabrico de carvão e 60 na mina do Cutato, onde é extraído o minério.

Com a entrada em funcionamento da segunda unidade fabril prevista para o próximo ano, a CSC prevê produzir diariamente 600 toneladas de ferro gusa e contar com um número de mais de 2.500 funcionários.

Para a construção da primeira fase da Companhia Siderúrgica do Cuchi, foram gastos cerca de 90 milhões de dólares e o projecto está implantado numa área total de 62.500 hectares, onde a parte fabril ocupa 2.500 hectares e os restantes 60 mil hectares estão destinados a silvicultura, com plantio de eucaliptos e aproveitamento do material lenhoso, garantindo assim a sustentabilidade do ambiente. 

Wilton de Oliveira salientou que a CSC continua a fornecer o minério fino do ferro gusa e escória à Cimangola, matérias-primas que são usadas com outros produtos para o fabrico de cimento.

Fez saber que desde o ano passado, a Companhia Siderúrgica do Cuchi forneceu à Cimangola cerca de 80 mil toneladas de minério fino de ferro gusa e quatro mil toneladas de escória.

O director-geral de Produção da CSC garantiu que a sua instituição tem stock suficiente de minério fino do ferro gusa e escória, para fornecer à Cimangola e outras empresas interessadas, uma vez que a mina do Cutato, que dista a 60 quilómetros da sede municipal do Cuchi ,tem uma capacidade de exploração de 50 anos.

Reflorestamento

A Companhia Siderúrgica do Cuchi trabalha, também, no processo de plantio, sendo que a meta deste ano é de plantar 300 mil mudas de eucaliptos, sendo que até ao momento, já foram plantadas mais de 50 mil árvores.

"Esta é uma árvore que traz vários benefícios em relação ao processo de produtividade, e consequentemente a mais indicada para o plantio, tendo em vista que dentro de cinco anos, vamos estar a cortar os eucaliptos que estamos a plantar neste momento”, disse.

Wilton de Oliveira assinalou que para este ano a Companhia Siderúrgica do Cuchi tem como estimativa explorar uma área de 10 mil hectares de árvores e trabalhar no reflorestamento da mesma zona.

Destacou que a intenção da CSC é repovoar sempre as áreas de exploração de madeira para o fabrico de carvão, no sentido de se acautelar a desflorestação que pode causar alguns fenómenos naturais, com realce para o aquecimento, estiagem e outros males que prejudicam a vida dos seres humanos no planeta terra.

Activos importantes

No encerramento da jornada de revitalização, transportação e exportação,  minério de ferro e rochas ornamentais que decorreu no início deste mês na cidade de Menongue, a vice-governadora do Cuando Cubango para o Sector Político, Social e Económico, Helena Chimena, afirmou que ficou provado que a existência de recursos minerais, como o ferro gusa e rochas ornamentais, e infra-estruturas ferroviárias do CFM e do Porto do Namibe, constitui activos importantes para o desenvolvimento económico e sustentável na região Sul.

Salientou que a jornada permitiu ainda reflectir sobre as medidas de facilitação para a transportação e exportação dos minerais e rochas ornamentais produzidas nas províncias do Cuando Cubango, Huíla, Cunene e Namibe.

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