O Parlamento moçambicano aprovou, recentemente,
definitivo, a proposta de revisão legislativa aumentando de dois para cinco
anos o tempo mínimo de cumprimento do serviço militar obrigatório, mas apenas
com os votos favoráveis da maioria da Frelimo..jpg)
proposta de revisão do Lei do Serviço Militar foi levada à Assembleia Nacional pelo Governo, que alega a necessidade de retenção de militares nas Forças Armadas, e recebeu 160 votos a favor na sessão plenária de ontem da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), e 43 votos contra da oposição, da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Na declaração após a votação na especialidade e final,
a bancada da Frelimo defendeu a posição favorável a esta alteração alegando que
"vai criar condições para tornar mais robusta a instituição militar",
e "garantir a retenção e profissionalização dos militares", além de
"imprimir maior dinamismo nas Forças Armadas". A revisão à Lei do
Serviço Militar estabelece o aumento de dois para cinco anos no tempo mínimo de
serviço nas tropas gerais e de dois para seis anos a permanência nas forças
especiais.
Introduz a modalidade de convocação directa para as
Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), mediante autorização do ministro
da Defesa Nacional, a responsabilização criminal aos recrutas e militares
faltosos e impõe o pagamento de multas aos dirigentes de instituições públicas
e privadas que não exijam a apresentação da declaração da situação
regularizada. A Renamo ainda pediu a avocação nesta votação final dos dois
artigos que aumentam o período do serviço militar obrigatório, tendo o apoio do
MDM, mas a Frelimo chumbou a proposta.
Na declaração de voto, contra, a bancada parlamentar
da Renamo alegou que este alargamento "interrompe" o estudo e
trabalho dos jovens moçambicanos e "retarda a integração normal" na
sociedade, sendo "exagerado e humanamente inaceitável". Já a bancada
do MDM apontou que a selecção para o Serviço Militar tem sido feita à base
"dos filhos dos menos favorecidos", rejeitando o alargamento:
"Esse menino, no seu regresso, não tem apoio, não tem assistência, não tem
integração".
A revisão da lei mantém a idade mínima de 18 anos e
máxima de 35 anos para o ingresso no serviço militar em Moçambique. O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse em 06 de Dezembro que o aumento de
dois para cinco anos do tempo mínimo de cumprimento do serviço militar visa
garantir a retenção de pessoal experiente.
Vacinação de crianças em
2024
A Aliança Mundial para a Vacinação e Imunização (GAVI,
na sigla inglesa) acredita que a maioria das crianças moçambicanas não vacinada
será imunizada em 2024, defendendo que o país deve encontrar estratégias para
recuperar a imunização de rotina.
"Estou confiante no plano que o Governo tem, mas
esse plano deve ser executado e se for bem executado, esperamos que em 2024 a
maioria destas crianças seja alcançada", disse ontem à Lusa o
diretor-executivo de Programas da GAVI, Thabani Maphosa. Maphosa falava depois
de uma visita a Moçambique, que terminou na terça-feira, de uma missão de alto
nível daquela entidade internacional.
O responsável avançou que 600 mil crianças
moçambicanas falharam a vacinação contra a pneumonia, diarreias e difteria,
devido às limitações impostas pela guerra na província de Cabo Delgado, norte
de Moçambique, calamidades naturais, principalmente na região centro, e pela
Covid-19. O director-executivo de Programas da GAVI avançou que vão chegar este
mês as vacinas necessárias para a imunização das crianças que falharam o
programa nos últimos anos, salientando que o desafio de aumentar a abrangência
vai continuar, porque "nascem crianças todos os anos".
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