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Carolina Cerqueira pede mais respeito entre os deputados

 A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, pediu, quinta-feira, em Luanda, aos deputados mais respeito, observância nas acções, intervenções e iniciativas, para que se cumpra com a nobreza da política, evitando discursos de ódio, dentro e fora da Casa das Leis.

Durante os cumprimentos de fim de ano, marcado por um momento de confraternização, abraços e conversas entre os deputados de diferentes cores partidárias, Carolina Cerqueira referiu que os países-membros do Fórum Parlamentar da SADC apresentaram uma proposta de lei para impedir a linguagem de ódio e afronta à dignidade nos Parlamentos, por ser o local da paz, política, decoro e respeito permanentes.

A líder da Assembleia Nacional considera que os deputados são os guardiões da concórdia e da vitalidade democrática, frisando que devem dar o exemplo aos jovens, com demonstrações de tranquilidade junto das famílias e da sociedade.

 Carolina Cerqueira realçou que as diferenças políticas têm de ser capazes de criar pontes seguras de diálogo, concórdia e consenso, para que se consiga construir e fortalecer a paz política, assim como alcançar o bem-estar do povo, representado com muito orgulho.

A presidente da Assembleia Nacional esclareceu que o ano civil encerrado ontem e o início do segundo ano legislativo, aberto a 15 de Outubro, foram períodos de grandes desafios, conhecimentos, construção de pontes e consensos.

 Apesar das diferenças e questões fracturantes, disse, algumas das quais da vitalidade democrática, do processo de fortalecimento e credibilidade das instituições fortes, o Parlamento é uma instituição plural, com vozes, nem sempre consensuais, mas está convicta que todos estão movidos pelo interesse público e o respeito ao povo.

 Carolina Cerqueira apelou aos funcionários e agentes parlamentares a entrega abnegada ao trabalho, sentido de responsabilidade institucional, ética, sigilo, lealdade e, mais do que tudo, a solidariedade, por serem uma família parlamentar.

 Na ocasião, a deputada e vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, destacou como um dos pontos mais marcantes do ano a aprovação, recente, do OGE, pois sem "ele não se pode governar” e, este Orçamento, foi uma demonstração de que o Executivo pensa naqueles que depositaram confiança.

 Luísa Damião referiu que cada diploma aprovado na Casa das Leis foi pensando nos cidadãos. Espera-se que o próximo ano seja de muito trabalho, entrega e dedicação, para se resolver os problemas daqueles que elegeram os deputados.

Quanto às autarquias, a deputada disse que foram dados passos sólidos e seguros. A maior parte do pacote legislativo autárquico está aprovado, faltando apenas algumas leis complementares. Por isso, Luísa Damião acredita que em 2024 será completado e efectivarem-se as eleições.

Inquietações do presidente da UNITA

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, disse que o ano da Assembleia Nacional foi longo, por apresentar desafios não consolidados, em que a crise económica se manteve e o angolano continua a ter imensos problemas de sobrevivência e a falta do diálogo institucional permanece.

"Nunca me vou cansar de lançar desafios para este diálogo, para que seja uma permanência. Mas, não tenho tido respostas a este nível. O país carece de coesão e liberdades plenas que estão muito longe de alcançar”, apontou.

Segundo o líder do partido do Galo Negro, a falta das autarquias faz com que as pessoas percam a cidadania, direitos, capacidade de proximidade entre os governados e governantes.

Liderança reconhecida

Em mensagem dos deputados dirigida para a presidente da Assembleia Nacional e lida pela parlamentar Deolinda Miguel Tchinhama, reconheceu-se a capacidade de liderança de Carolina Cerqueira, assim como a paciência e resiliência na manutenção da paz, harmonia, união e coesão.

Estas qualidades, refere a mensagem, são elementos fundamentais para a estabilidade do poder legislativo angolano, apesar de repetidas vezes, em alguns pronunciamentos como deputados, transpor a linha da ética e do decoro parlamentar.

Foi enaltecida a dedicação da presidente na defesa da igualdade e equidade de género, dos Direitos Humanos, articulação com o Poder Executivo e do exercício da diplomacia parlamentar, já que "são suportes para o reforço da democracia, pluralismo, cultivo de relações, respeito mútuo, dentro do primado da lei e dos princípios democráticos prevalecentes ao diálogo da diferença entre os deputados, sobretudo, na preservação da unidade nacional, bem-estar dos cidadãos e do desenvolvimento do país”.

 Os deputados reconheceram, na mensagem, que o Parlamento é uma verdadeira casa da democracia, um espaço de representação por excelência do povo angolano, de convergência e divergência de ideias e opiniões, assim como de debates políticos e da democracia qualitativamente construtiva.

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