O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente de Angola disse hoje que “não há pecado ou erros que não tenham perdão”, comentando o anúncio da condecoração de Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi (UNITA).
Francisco Pereira Furtado, que falava no final da sessão solene em que o
Presidente angolano, João Lourenço, apresentou a mensagem sobre o Estado da
Nação, considerou que a condecoração das referidas figuras reflete o seu
“reconhecimento e engajamento direto” na condução da luta pela libertação
nacional.
“O perdão é uma parte extremamente importante da nossa vida, todos nós na
vida pecamos, todos cometemos erros e não há erro que não tenha perdão e julgo
que o senhor Presidente [da República], nessa sua intervenção, ao anunciar a
condecoração dos três signatários do Acordo de Alvor reflete isso mesmo”,
afirmou o governante aos jornalistas.
O Presidente angolano anunciou hoje que os líderes históricos Jonas
Savimbi, fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola
(UNITA), e Holden Roberto, fundador da Frente Nacional de Libertação de Angola
(FNLA) vão ser condecorados com a Medalha Comemorativa dos 50 anos da
Independência Nacional.
Falando no parlamento, João Lourenço descreveu a decisão, anunciada na reta
final de um discurso de mais de três horas, no qual evocou os 50 anos da
independência de Angola, a longa guerra civil e os ganhos alcançados desde
então em todos os domínios da vida nacional, como um tributo "ao espírito
do perdão, da paz e da reconciliação nacional".
Para Francisco Pereira Furtado, a decisão do chefe de Estado constituiu um
momento de bastante emoção porque, realçou, “vêm à mente muitas situações” que
passaram ao longo da “carreira militar”, afirmou, realçando que “a guerra tem
um preço”, aludindo aos milhares de angolanos que lutaram pela libertação de
Angola.
“O primeiro preço foi conquistado pela paz e agora com este reconhecimento,
com a condecoração dos três signatários do Acordo de Alvor – Agostinho Neto
(MPLA), Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi (UNITA) – estamos todos de
parabéns porque o país é assim, o país é liberdade, o país é perdão, o país é
dignidade e uma sociedade democrática constrói-se com estes feitos”, assinalou.
Furtado destacou igualmente o percurso da Assembleia Nacional nos 50 anos
de Angola independente referindo que o órgão legislativo “é o símbolo do poder
democrático e a democracia tem de ter, de facto, preservada, porque é o bem
mais importante que temos para poder conduzir a nação”.
A Assembleia Nacional, “apesar de todos os constrangimentos deste a
independência para cá, sempre cumpriu o seu papel, tanto na era da Assembleia
do Povo como nos dias de hoje”, salientou, augurando que todos os deputados
“continuem afincados em preservar os símbolos da democracia, da dignidade e do
bem-estar do povo angolano”.
O novo ano parlamentar 2025-2026 foi aberto oficialmente hoje com o
discurso do Presidente angolano, João Lourenço, sobre o Estado da Nação.
0 Comentários