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Angola perde 100 milhões de dólares e 50 mil empregos verdes por falta de mercado de carbono

Angola está a perder anualmente cerca de 100 milhões de dólares e a deixar de criar mais de 50 mil empregos verdes devido à ausência de uma legislação e de mecanismos que permitam o funcionamento do Mercado de Carbono, revelou Emanuel Bernardo, presidente da Associação Angolana do Mercado de Carbono (AAMC).

A AAMC, uma organização privada que actua como hub de soluções climáticas, alerta que a falta de políticas públicas actualizadas coloca o país à margem da agenda ambiental internacional, num momento em que o mundo se prepara para a COP 30, a realizar-se em 2025 no Brasil.

Segundo Bernardo, um mercado de carbono voluntário, com subsequente regulação estatal, poderia posicionar Angola como actor relevante no combate global às mudanças climáticas, atraindo investimentos estratégicos nos sectores das energias renováveis, agricultura sustentável e infraestruturas resilientes ao clima.

“O artigo 6.º do Acordo de Paris é uma verdadeira oportunidade para Angola. Ele permite criar estruturas que impulsionam o desenvolvimento económico, geram empregos qualificados e ajudam o país a cumprir as suas metas climáticas”, afirmou o presidente da AAMC.

A ausência de uma política nacional de carbono tem também impactos diretos na vulnerabilidade climática, com consequências como perdas agrícolas, eventos extremos mais frequentes e agravamento da insegurança alimentar e da pobreza.

De acordo com a AAMC, a implementação de um quadro legal e institucional permitiria gerar receitas a partir dos créditos de carbono, criando projectos ambientais de impacto directo nas comunidades locais, sobretudo nas áreas rurais e florestais.

A associação apela, por isso, ao Governo angolano e aos parceiros internacionais para que seja criada com urgência uma estratégia nacional para o mercado de carbono, de modo a alinhar Angola com as melhores práticas internacionais e promover um modelo de desenvolvimento sustentável, que una crescimento económico, inclusão social e responsabilidade ambiental.

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