Ticker

10/recent/ticker-posts

UNITA exige debate urgente sobre crise social e violĂȘncia policial em Angola

O Grupo Parlamentar da UNITA manifestou esta quinta-feira profunda preocupação com as manifestaçÔes e convulsĂ”es sociais que tĂȘm abalado vĂĄrias provĂ­ncias do paĂ­s, destacando os casos mais graves em Luanda, Icolo e Bengo, Benguela, Huambo, HuĂ­la, Lunda Norte e Malanje. Num comunicado de imprensa, o maior partido na oposição denunciou episĂłdios de violĂȘncia extrema, destruição de bens, detençÔes arbitrĂĄrias e alegadas execuçÔes sumĂĄrias atribuĂ­das a efectivos da PolĂ­cia Nacional.

Face Ă  gravidade dos acontecimentos, a UNITA anunciou que irĂĄ solicitar um debate urgente na Assembleia Nacional sobre as causas e soluçÔes estruturantes da “grave crise polĂ­tica, econĂłmica e social que o paĂ­s atravessa”.

“O Grupo Parlamentar da UNITA considera inaceitĂĄvel que a PolĂ­cia Nacional, treinada para garantir a ordem pĂșblica, aparente ter ordens para atirar a matar sem piedade”, lĂȘ-se no documento. A UNITA sublinha que, embora seja legĂ­timo deter indivĂ­duos envolvidos em actos de pilhagem, Ă© inadmissĂ­vel que agentes que matam indiscriminadamente nĂŁo sejam responsabilizados criminalmente.

A nota critica ainda o silĂȘncio das instituiçÔes do Estado, em particular da Assembleia Nacional, que, segundo a UNITA, “nĂŁo se pode calar diante da gravidade da situação e da tendĂȘncia de alastramento dos protestos a outras provĂ­ncias do paĂ­s”. Para o grupo parlamentar, Ă© imperativo que os representantes do povo emitam uma mensagem clara de unidade, moderação e defesa da estabilidade polĂ­tica.

A UNITA defende que a reforma do Estado, a institucionalização das autarquias locais e a aprovação de leis justas são medidas urgentes e inadiåveis para garantir uma participação cidadã efectiva e um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo.

A terminar, o comunicado reafirma o compromisso da UNITA, enquanto componente da Frente PatriĂłtica Unida (FPU), com a consolidação do Estado DemocrĂĄtico de Direito, a justiça social e a redistribuição da riqueza. O partido considera que os 50 anos de IndependĂȘncia Nacional “nĂŁo podem ser assinalados com fratricĂ­dio, dor, luto, corrupção, impunidade, fome e aumento das desigualdades sociais”.

O apelo da UNITA ocorre num momento de forte tensão social no país, com protestos populares a desafiarem o aumento do custo de vida e a alegada repressão por parte das forças de segurança.

Enviar um comentĂĄrio

0 ComentĂĄrios