O Grupo Parlamentar da UNITA manifestou esta quinta-feira profunda preocupação com as manifestaçÔes e convulsĂ”es sociais que tĂȘm abalado vĂĄrias provĂncias do paĂs, destacando os casos mais graves em Luanda, Icolo e Bengo, Benguela, Huambo, HuĂla, Lunda Norte e Malanje. Num comunicado de imprensa, o maior partido na oposição denunciou episĂłdios de violĂȘncia extrema, destruição de bens, detençÔes arbitrĂĄrias e alegadas execuçÔes sumĂĄrias atribuĂdas a efectivos da PolĂcia Nacional.
Face Ă gravidade dos acontecimentos, a UNITA anunciou que irĂĄ solicitar um
debate urgente na Assembleia Nacional sobre as causas e soluçÔes estruturantes
da “grave crise polĂtica, econĂłmica e social que o paĂs atravessa”.
“O Grupo Parlamentar da UNITA considera inaceitĂĄvel que a PolĂcia Nacional,
treinada para garantir a ordem pĂșblica, aparente ter ordens para atirar a matar
sem piedade”, lĂȘ-se no documento. A UNITA sublinha que, embora seja legĂtimo
deter indivĂduos envolvidos em actos de pilhagem, Ă© inadmissĂvel que agentes
que matam indiscriminadamente nĂŁo sejam responsabilizados criminalmente.
A nota critica ainda o silĂȘncio das instituiçÔes do Estado, em particular
da Assembleia Nacional, que, segundo a UNITA, “nĂŁo se pode calar diante da
gravidade da situação e da tendĂȘncia de alastramento dos protestos a outras
provĂncias do paĂs”. Para o grupo parlamentar, Ă© imperativo que os
representantes do povo emitam uma mensagem clara de unidade, moderação e defesa
da estabilidade polĂtica.
A UNITA defende que a reforma do Estado, a institucionalização das
autarquias locais e a aprovação de leis justas são medidas urgentes e
inadiåveis para garantir uma participação cidadã efectiva e um desenvolvimento
verdadeiramente inclusivo.
A terminar, o comunicado reafirma o compromisso da UNITA, enquanto
componente da Frente Patriótica Unida (FPU), com a consolidação do Estado
Democråtico de Direito, a justiça social e a redistribuição da riqueza. O
partido considera que os 50 anos de IndependĂȘncia Nacional “nĂŁo podem ser
assinalados com fratricĂdio, dor, luto, corrupção, impunidade, fome e aumento
das desigualdades sociais”.
O apelo da UNITA ocorre num momento de forte tensĂŁo social no paĂs, com protestos
populares a desafiarem o aumento do custo de vida e a alegada repressĂŁo por
parte das forças de segurança.
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