O FMI e a Argentina do Messi incendeiam as ruas de Angola. O povo diz basta! As imagens de uma mãe morta a tiro pela polícia em Angola enquanto tentava proteger o filho estão a agitar consciências.
Ao que parece, o governo angolano respondeu às exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) retirando a subvenção dos preços dos combustíveis, ora, isso aumentou o preço gasolina e gasóleo. Está medida fez disparar os preços dos transportes e de todos os bens e serviços. A cesta básica e as mensalidades dos alunos nas escolas privadas aumentaram exponencialmente.As escolas privadas são, em sua maioria, propriedade de membros do governo ou seus testa de ferro.
A própria Ministra da Educação, Luísa Grilo, é uma das maiores proprietárias
destes colégios - só para citar esta. A população, já cansada da má governação
do MPLA, partido no poder, há 50 anos. A pela independência foi levada a cabo
por três forças políticas: a FNLA, o MPLA e a UNITA. O MPLA apoiado pela
esquerda portuguesa, Cuba e a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS) acabaram-se do poder e escorraçaram as demais forças irmãs. O MPLA
assumiu unilateralmente o poder em 1975, implementando no país o partido único
e o regime comunista. A FNLA quase foi extinta. A UNITA resistiu nas matas. A
causa que ela defendia era a democracia multipartidária e a economia de
mercado. Após anos de guerra, em 1992, o governo do MPLA e a UNITA assinaram os
acordos, em Bicesse, Portugal, e passou a vigorar o multipartidarismo e a
economia de mercado livre. As primeiras eleições foram caracterizadas por
fraudes massivas e todo tipo de manobras eleitorais do partido no poder. A
guerra voltou a Angola de uma forma mais violenta e devastadora. Em 2002, com a
morte de Jonas Savimbi, assinaram o acordo do Luena. Desde lá, tem existido uma
paz do calar das armas e uma caminhada para a verdadeira paz social e política
ou reconciliação. Nestes anos, as eleições têm sido meros exercícios para
inglês ver.
As malabarices e fraudes têm sido uma constante. A vontade do povo não é refletida nos resultados das eleições. Há 50 anos é a vontade e a prepotência do MPLA que impera. Fome, miséria, má gestão e corrupção. Recentemente desapareceram dos cofres da Agência Tributária angolana 100 mil milhões de euros e ninguém respondeu por isso, assim como por muitas outras irregularidades, enquanto o povo continua a viver na mais absoluta pobreza. E quando o povo sai para protestar, o governo ou os mata ou os prende, chamando-os de vândalos. A população se pergunta: quem é realmente o vândalo? Aquele que permite que mulheres morram durante o parto por falta de atendimento, aquele que permite que idosos comam no contentores de lixo? Tudo porque um camarada roubou suas pensões, aquele que permite que as crianças sejam vítimas da prostituição por falta de alimentos ou aquele que rouba descaradamente o que é de todos, para seu benefício particular, guardando o dinheiro na Europa e nos paraísos fiscais.
O povo angolano vê que tudo vai para os mesmos, as boas casas, os bons empregos, a boa vida e todo o erário público do país é sabotado pelos mesmos de sempre, enquanto o povo continua a viver na mais absoluta pobreza. As pessoas nas ruas do país lamentam o facto de que, nem mesmo durante a guerra no país, se viu tantas pessoas, crianças, mulheres e idosos, a comerem nos contentores de lixo. Nunca tinham recolhido tantas pessoas mortas de fome nas ruas do país como fazem ultimamente e tudo isso porque, segundo o governo, não há dinheiro no país. No entanto, o presidente, o Sr. João Manuel Gonçalves Lourenço, passa o ano inteiro viajando e gastando milhões de dólares. Os seus sapatos mais baratos custam 6 mil euros e o salário da sua filha é mais alto do que o do Sr. António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas. Para piorar, o governo anunciou que convidou a seleção Argentina para jogar um amistoso no país para comemorar os 50 anos de independência do país, pagando aos argentinos aproximadamente 15 milhões de euros por esse jogo. A onda de indignação é tão grande no país que muitos invadiram as redes sociais de Messi e Antonella, implorando-lhes que não compareçam a este jogo, que Angola sofre, que as suas crianças morrem às portas dos hospitais por falta de cuidados médicos, que as pessoas morrem por falta de bens de primeira necessidade. Tudo indica que Messi não irá, mas os seus companheiros sim. Os jovens ameaçam fazer boicote a este amistoso.
Além disso, a população acredita que grande parte do dinheiro do país está a ser usado pelo governo para pagar os lobbies da Casa Branca para que Trump receba João Lourenço em reunião, tal como fizeram com Biden, que gastaram a bagatela de 25 milhões de dólares para que Biden visitasse Angola e recebesse o presidente. O aumento do preço dos táxis - vulgarmente chamados de candongueiros - foi o que esgotou a paciência dos angolanos. Dizem que é impossível pagar 300 kwanzas por uma viagem de táxi, quando o salário mínimo do país é oficialmente de 70 mil kwanzas, mas as pessoas cobram 30 mil kzs. As contas não batem certo. Jovens, mulheres, adolescentes e organizações da sociedade civil saíram em manifestações desde o final de julho até o início de agosto, pedindo que o preço dos transportes fosse reduzido e que fosse explicado ao país por que o preço dos combustíveis subiu abruptamente em um dos países africanos com maior produção de petróleo e gás do mundo. As mobilizações foram tão grandes e a repressão policial foi aterrorizante de tal sorte que resultou em 30 mortos e 1200 detidos. O mais difícil de todas estas manifestações foi a morte por tiro directo, da polícia, de uma mãe que protegia o seu filho de 12 anos, que por descuido se misturou entre aqueles que fugiam da perseguição da polícia. Este vídeo gravado por um dos manifestantes espalhou-se pelo país através das redes sociais e chocou a opinião pública. As Nações Unidas abriram imediatamente uma investigação sobre as ações do governo de Angola, que, em sua defesa, afirma que a polícia agiu de acordo com a lei e que esta mãe foi flagrada em actos de vandalismo. Informação que não condiz com o que se vê nas imagens que circulam nas redes sociais.
A população manifesta-se nas ruas, nas redes sociais — único meio de comunicação sem censura existente atualmente para as populações africanas de países cuja ditadura controla toda a imprensa — A população pede o fim do regime ditatorial do MPLA, que com um governo corrupto e cleptocrático paralisou o país, sequestrou a democracia e o Estado de direito, esvaziou os cofres públicos e foi incapaz de mostrar pesar pelas vítimas mortais das manifestações, mas aplaudiu a atitude da polícia e disponibilizou, em menos de 24 horas, 50 mil milhões de euros para repor os bens dos empresários que viram os seus negócios vandalizados pelos manifestantes, empresários que, por acaso, são membros do próprio governo.
É preciso estar atento aos acontecimentos em Angola, onde se prevê novas
paralisações e manifestações de 11 a 17 de agosto. A população de todo o país
pede o fim da corrupção, do desgoverno e do seu grande responsável que é o
MPLA. Muitos vão mais longe e pedem a convocação de eleições. A situação está
insustentável. O governo promete matar e não apresenta medidas para a melhoria
da desastrosa situação.
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