Nova marcha de protesto contra o aumento do preço dos transportes em Luanda, na sequência da subida da tarifa do combustível, ficou agendada para 26 de Julho. E isto após a repressão pela polícia de uma primeira manifestação no passado sábado. Adilson Manuel, porta-voz do movimento social em causa, em declarações à agência Lusa, denuncia a actuação da polícia neste caso.
Para protestar contra os aumentos dos preços dos transportes, uma manifestação
foi organizada no passado sábado. Resultado : 9 pessoas ficaram feridas e 17
foram detidas, alegam os organizadores.
Desde segunda-feira 7de Julho, os transportes ficam mais caros para os
angolanos. O serviço de táxi aumentou para 300 kwanzas (0,28 euros), em vez de
200 kwanzas (0,19 euros). Este aumento é o resultado do reajustemento do preço
do gasóleo, cujo litro passou de 300 (cerca de 0,28 euros) para 400 kwanzas
(0,37 euros).
Adilson Manuel, porta-voz do movimento social, em declarações à agência Lusa, denunciou o comportamento da polícia:
"Os manifestantes, ao verem que o trajecto estava comprometido, não se insurgiram contra a Polícia de Intervenção Rápida, sentaram-se no chão conforme a orientação da coordenação e resistiram de forma pacífica, deixando o critério da violência à polícia. Assim sucedeu. Após 3 horas de resistência pacífica, a polícia efectuou disparos de gás e tiroteios contra os manifestantes, que estavam com cartazes apenas. Nesse ínterim, tivemos 17 detidos. Dentre estes, só quatro precisaram da intervenção dos advogados. Tivemos nove feridos. Dentre estes, três com escoriações e lesões graves.
Teve o seu lado negativo porque a polícia vestiu vestes autocráticas e não permitiu que a marcha seguisse até ao seu destino traçado. O movimentodará sequência dos trabalhos para o dia 26 deste mês e antes disto irá fazer uma petição que dará entrada ao Presidente da República e ao Ministério das Finanças para rever o decreto do reajustamento dos combustíveis. O povo não suporta e não suportará os encargos advindos da subida dos preços dos combustíveis, bem como a subida dos preços dos serviços de táxis públicos e privados. Isto o povo não quer."
Novos protestos ficam agendados para dia 26 de julho. Uma petição para rever o decreto do reajustamento do preço do gasóleo será apresentada a João Lourenço, prensidente da Angola, e à Ministra das Finanças, Vera Daves.
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