O empresário angolano Mário Palhares repudiou publicamente, nesta sexta-feira, a reportagem transmitida pela emissora portuguesa TVI no programa “Exclusivo”, a 11 de junho, classificando-a como “falsa, caluniosa e movida por motivações sensacionalistas ou políticas”.
Em nota enviada à imprensa, Palhares afirmou que a peça jornalística, baseada num alegado relatório da Polícia Judiciária de Portugal, representa um “atentado inaceitável” à sua honra pessoal e profissional, bem como à imagem das instituições financeiras BNI Angola e BNI Europa, das quais é fundador.
O empresário nega qualquer envolvimento, direto ou indireto, em atividades ilícitas e garante nunca ter sido constituído arguido em processos relacionados com os factos apresentados pela TVI. Também refutou as acusações de que membros da sua família estariam sob investigação criminal.
“É completamente falsa e absurda a tentativa de me associar a operações de transporte de valores ou uso de dinheiro vivo para capitalização de bancos”, reforçou Palhares. Segundo ele, todas as operações de capitalização do BNI Europa ocorreram “de forma lícita, transparente e rastreável”, com supervisão do Banco Nacional de Angola e do Banco de Portugal.
A nota aponta ainda um alegado erro factual na reportagem, que indicava que a aeronave privada de Palhares teria sido usada para transporte de valores desde 2009, quando, segundo o empresário, o avião só foi adquirido em 2014. “Como pode uma aeronave ser vigiada cinco anos antes de sequer existir?”, questionou, considerando a falha como prova da “falta de rigor” da investigação jornalística.
Palhares também rebateu alegações sobre empréstimos junto ao Montepio e Finibanco, afirmando que os créditos foram contraídos por uma de suas empresas no âmbito de atividades empresariais legítimas e “integralmente pagos, sem qualquer dívida pendente”.
Além disso, desmentiu que o BNI Europa tenha sido alvo de sanções pelo Banco de Portugal ou acusado formalmente de práticas financeiras ilegais. “A reportagem afronta o bom nome de instituições sérias e tenta manipular a opinião pública com uma narrativa construída à margem da verdade”, acusa.
O empresário considera que a peça da TVI ignora o princípio básico do Estado de Direito – “quem acusa, deve provar” – e levanta suspeitas sem apresentar evidências concretas, apenas “suposições vagas e contradições óbvias”.
Em reação, Palhares anunciou que já foram iniciados procedimentos legais em Portugal e Angola para responsabilizar civil e criminalmente os envolvidos na produção e difusão das “acusações falsas”. Os bancos BNI Angola e BNI Europa também estudam medidas legais pelos danos patrimoniais e reputacionais alegadamente sofridos.
Por fim, exige um esclarecimento urgente do Ministério Público português
sobre a “possível violação do segredo de justiça” e o uso de documentos
confidenciais para alimentar a reportagem.
“Reafirmo de forma clara e inequívoca: não estou envolvido em qualquer
atividade ilícita, não respondo a qualquer processo judicial e não permitirei
que o meu nome
seja manchado por mentiras e insinuações irresponsáveis”, concluiu.
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