Lá se foram os tempos. Tempos em que nem tudo era bom, mas ainda assim vivíamos com um pouco mais de liberdade.
Tempos em que as liberdades de expressão e de informação nas redes sociais não eram escrutinadas ao ponto de serem consideradas 'fake News' com direito à sentença de até 10 anos de prisão.
Resta-nos apenas nostalgia dos tempos. Tempos em que as atividades das ONG eram de livre-arbítrio, não podendo ser possível a intromissão do Estado nisso. Era mesmo só nossa matéria, sem que o Governo colocasse a colher para revirar os assuntos.
Não existia Estatuto algum nem qualquer órgão de supervisão que estabelecesse 'categoricamente' um Kit de direitos e deveres que as ONG devessem possuir.
Agora, ao abrigo do novo diploma, as ONG são forçadas até a relatar o GPS e os tipos de 'kimbembas' a realizar.
Assim, os regulamentos das próprias organizações deixam de respirar por si mesmos e passam a dar satisfação da vida ao Executivo.
Foi regozijo e nos tinha caído como 'lufada de ar fresco', outrora, a certeza de que para manifestar só precisaríamos de comunicação e não mais de autorização às autoridades.
Todavia, apesar de estar estipulado, o legislador continua a dar verdadeiras
trombadas às leis, 'faz ouvidos de mercador', perpetua a repressão de protestos
e ofusca a garantia do direito de reunião e manifestação de forma mais livre.
Lá se foram os tempos.
Para não esquecer o costume, e como agora alegadamente perdeu o poder de aprovar as saídas dos revus, faz mudanças de rotas, inventa corridas de motocross no dia de manifestações, passeatas de apoio ao 'líder', recorre a gás lacrimogéneo e balas reais contra uma população desarmada e em última instância acusa e responsabiliza o protestante por crime de vandalizarão de bens públicos.
Lá se foram os tempos. E o que restou deste, são apenas mais 'rebuços e
chocolates' aos que ousam deixar o conforto mísero do seu lar e sair às ruas
para reivindicar políticas acertadas que suprimam a mal nutrição crónica que
nos envergonha internacionalmente, a pobreza extrema quem sido o 'calcanhar de
Aquiles' da diplomacia deste Governo, o aumento do preço dos combustíveis e dos
transportes que tem gerado convulsão.
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