Vários generais condecorados, quinta-feira, em Luanda, pelo Presidente da República, João Lourenço, consideraram o gesto de grande valor, por reconhecer e valorizar todo o contributo por eles dado em prol da Pátria.
A iniciativa, inserida no quadro das celebrações dos 50 anos
da Independência Nacional, a assinalar-se a 11 de Novembro deste ano, abrangeu
altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA) com participação, sobretudo,
em momentos cruciais dos processos que culminaram com a Independência Nacional
e da Paz que o país vive desde 2002.
A cerimónia de outorga de condecorações, realizada sob o
lema: "Dos campos de batalha à paz: uma só bandeira, um só compromisso com
a Nação", começou com a distinção do Fundador da Nação, António Agostinho
Neto, seguido do segundo Presidente da República, José Eduardo dos Santos,
cujas medalhas e os certificados foram recebidos, pessoalmente, pelas
respectivas viúvas, designadamente, Maria Eugénia Neto e Ana Paula dos Santos.
Em breves palavras à imprensa, no intervalo da cerimónia,
Maria Eugénia Neto valorizou o gesto e encorajou a organização a prosseguir com
a iniciativa.
Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos, com as patentes de Generais de Exército, foram condecorados com a Medalha da Palma Militar, que, de acordo com a Lei das Condecorações Militares das FAA, é a de maior hierarquia do Subsistema das Condecorações Militares e constitui a mais alta distinção das Forças Armadas Angolanas.
A Medalha da Palma Militar compreende uma única classe e é
confeccionada em ouro. A mesma é outorgada aos generais e almirantes que
atinjam o topo da carreira e aos militares que alcancem o posto mais alto da
sua arma, serviço ou classe.
Constam, ainda, entre os vários requisitos para a distinção
com esta medalha, a prática de actos relevantes em prol da defesa militar da
pátria e da garantia da ordem constitucional, a prática de actos heróicos de
abnegação e valentia extraordinários, assim como actos de grande coragem moral
e de excepcional capacidade de decisão.
"Cerimónia ficará para a história"
O general de Exército Geraldo Sachipengo Nunda, também
condecorado com a Medalha da Palma Militar, considerou o acto uma honra para si
e para a sua família.
"O sentimento é de dever para com todos os soldados que
estiveram sob o meu comando, por quanto fizeram para que pudéssemos colocar,
também, a nossa pedra na busca não só da Independência, mas, também, da paz
para o nosso país", ressaltou o ex-Chefe do Estado Maior General das Forças
Armadas Angolanas.
Para o também ex-embaixador de Angola no Reino Unido, a iniciativa do Presidente da República, em condecorar altas patentes das FAA, reveste-se de grande importância, na medida em que homenageia actos de bravura daqueles que, em circunstâncias próprias, defenderam o País. "É uma cerimónia muito importante que ficará para a história", acentuou Geraldo Sachipengo Nunda.
Outra figura condecorada, a título póstumo, foi o general
Kundi Paihama, cuja medalha e o certificado foram recebidos pela filha Zaida
Paihama. "O meu pai viveu uma vida completa de luta e batalhas pelo nosso
país, razão pela qual, para nós, família, é um grande reconhecimento de Sua
Excelência Presidente da República, João Lourenço", afirmou Zaida.
Cerimónia mais importante nas FAA
Por outro lado, o general França Ndalu, igualmente
condecorado, disse que esta cerimónia de distinção é a mais importante a nível
das Forças Armadas Angolanas, por abranger o maior número de militares, sem
distinção.
"Sentimo-nos reconhecidos, pelo pouco que fizemos à
Pátria, mas fico regozijado não somente por mim, mas, principalmente, por todos
aqueles reconhecidos, inclusive àqueles que receberam a título póstumo, que,
infelizmente, não podem estar aqui connosco", lamentou o general.
Quem também se mostrou satisfeito com a distinção foi o
general Jaime Manuel Pombo Vilinga. Para o actual chefe do Estado-Maior General
adjunto das FAA para a Área Operacional e Desenvolvimento, esta iniciativa
constitui um acto de encorajamento aos jovens, no que diz respeito ao serviço
da Pátria.
"A juventude deve ver nisso um grande exemplo para a
identificação de uma Pátria que lhe sirva, amanhã, a eles e àqueles que virão
depois deles", frisou. Entre as mulheres militares condecoradas ontem,
esteve a actual deputada Ruth Adriano e a médica Filomena Maria da Silva Neto,
que consideram o gesto de grande importância para as suas carreiras.
Iniciativa vai prosseguir com outras figuras militares
O ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria destacou
o facto de o acto de condecorações militares das Forças Armadas Angolanas
ocorrer, pela primeira vez, no ano em que o país se prepara para celebrar o
50.º aniversário da Independência Nacional.
João Ernesto dos Santos "Liberdade" disse, na
ocasião, que as condecorações vão continuar com a distinção de outros oficiais
generais e almirantes, oficiais superiores, capitães e tenentes de navio.
Deste leque, prosseguiu o ministro, vão constar, também, os
subalternos, sargentos, praças e as unidades, estabelecimentos e órgãos que
tenham prestado exemplar contributo na elevação da Nação e das Forças Armadas
Angolanas.
"Para o efeito, Sua Excelência Presidente da República e
Comandante-em- Chefe das Forças Armadas Angolanas já delegou poderes ao
excelentíssimo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da
República, ao ministro da Defesa Nacional e ao chefe do Estado-Maior General
das Forças Armadas Angolanas, para prosseguirem com os actos de outorga",
informou.
Foram condecorados um total de 163 figuras militares, sendo
75 oficiais generais com a Medalha da Palma Militar (classe única) e 88 outros
membros com a Medalha do Valor das Forças Armadas (1ª classe).
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