O presidente do Partido Liberal “de Angola, Luís Castro,”, lançou duras críticas ao estado actual do país, denunciando a degradação das instituições, a repressão à liberdade de expressão e o colapso dos serviços essenciais. Em entrevista exclusiva a O Decreto, o político liberal afirmou que Angola vive “uma crise social profunda” e que “ir à um hospital hoje pode significar um atestado de morte”.
Segundo o dirigente, o debate político hoje está
dominado por uma bipolarização estéril que afasta os cidadãos da participação
cívica. “Em vez de ideias, temos confrontos. Em vez de soluções, temos
acusações mútuas. E o povo continua à espera”, disse.
Luís Castro apresentou propostas claras para
transformar o país. No sector económico, defende uma estratégia de
diversificação urgente com incentivos fiscais, desburocratização total e acesso
seguro à terra para produção agroindustrial. “Queremos criar um ambiente onde o
sector privado possa florescer com liberdade e confiança”, sublinhou.
No campo social, o líder do Partido Liberal fez
denúncias graves sobre o estado da saúde pública, relatando casos de doentes ao
relento, falta de medicamentos, cirurgias adiadas por meses e ausência de
ambulâncias em centros de saúde. “Vimos com os nossos próprios olhos. O país
precisa de um novo rumo”, afirmou.
Quanto à educação, critica o ensino superior actual
por estar desligado da realidade económica e por “não libertar” os jovens.
Defende a valorização do ensino técnico-profissional e a ligação das
universidades ao desenvolvimento e à inovação.
Castro também abordou as liberdades políticas,
lembrando que a Constituição garante o direito à liberdade de imprensa e
pensamento, mas que estes continuam a ser violados. “Há um sistema que, na
prática, impede o exercício de direitos consagrados pela própria lei
fundamental”, lamentou.
Afirmando que “a vocação dos partidos é o poder”, Luís
Castro não esconde a ambição de tornar o Partido Liberal uma força real nas
próximas eleições. Quer conquistar os jovens, os desiludidos, os empreendedores
e todos os que se sentem abandonados pelo actual sistema.
Num apelo directo ao povo, deixa uma mensagem: “A
descrença dos angolanos é legítima, mas não é com indiferença que se muda o
destino do país.”
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