O que seria de nós se começássemos a admitir nos Bombeiros pessoas que realmente sabem o que estão a fazer? Pior ainda — pessoas como esse jovem de Viana que, sem treino formal, sem uniforme brilhante e sem selfies institucionais, mergulhou na lama e salvou vidas com as próprias mãos, como se fosse... sei lá... um verdadeiro herói! Francamente, é um perigo para o sistema.
E agora? Querem que ele tenha acesso imediato à corporação? Só porque provou — com bravura, instinto e ação concreta — que tem mais vocação e competência do que muitos que lá estão só para passar o tempo e garantir a reforma? Onde já se viu um candidato que mostra talento no terreno, ao invés de apenas decorar respostas de entrevista e ter “ligações certas” no quartel?
O recrutamento dos Bombeiros sempre foi uma arte refinada: escolher gente que nunca viu fogo, mas que tem uma farda bem passada e um tio com cargo no ministério. Agora aparece este jovem, a virar autocarros submersos com a mão e a coragem no peito, a fazer sombra a anos de tradição do “entra quem pode, não quem deve”.
Por isso, sim, ele deveria ter ingresso automático e vitalício, não só nos
Bombeiros como em qualquer unidade de emergência do país. Mas cuidado! Se
começarmos a valorizar bravura e vocação, daqui a nada temos instituições
cheias de gente competente. E como é que ficam os que passaram anos a treinar...
como fugir da responsabilidade?
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